ATA DA QÜINQUAGÉSIMA SÉTIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA
DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 11-8-2004.
Aos onze dias do mês de agosto de dois mil e quatro,
reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal
de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda
chamada, sendo respondida pelos Vereadores Beto Moesch, Carlos Pestana, Elói
Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib,
João Carlos Nedel, Luiz Braz, Maria Celeste, Raul Carrion e Sebastião Melo.
Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Aldacir Oliboni, Almerindo
Filho, Cassiá Carpes, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias
Vidal, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, João Bosco Vaz,
Margarete Moraes, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal,
Professor Garcia, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães, Sofia Cavedon, Valdir
Caetano e Wilton Araújo. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente
declarou abertos os trabalhos. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Beto
Moesch, o Pedido de Providências n° 1526/04 (Processo n° 4074/04) e o Pedido de
Informações n° 136/04 (Processo n° 4008/04); pelo Vereador Cláudio Sebenelo, o
Pedido de Informações n° 135/04 (Processo n° 3998/04); pelo Vereador Ervino
Besson, os Projetos de Lei do Lesgislativo nos 135 e 176/04
(Processos nos 3251 e 4021/04, respectivamente); pelo Vereador
Haroldo de Souza, os Pedidos de Providências nos 1520, 1521, 1522,
1523, 1524 e 1525/04 (Processos nos 4047, 4048, 4049, 4050, 4068 e
4069/04, respectivamente) e a Indicação n° 024/04 (Processo n° 4071/04); pelo
Vereador João Carlos Nedel, o Pedido de Providências n° 1519/04 (Processo n°
4035/04) e o Projeto de Lei do Legislativo n° 173/04 (Processo n° 4000/04).
Também, foram apregoados os seguintes Ofícios, do Senhor Prefeito Municipal de
Porto Alegre: de n° 354/04, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo n°
039/04 (Processo n° 4058/04); de n° 355/04, encaminhando o Projeto de Lei do
Executivo n° 040/04 (Processo n° 4059/04); de n° 356/04, encaminhando o Projeto
de Lei do Executivo n° 041/04 (Processo n° 4060/04); de n° 362/04, encaminhando
o Projeto de Lei do Executivo n° 042/04 (Processo n° 4065/04). Em
prosseguimento, foram apregoados os seguintes Requerimentos, subscritos nos
termos do artigo 120, VI, do Regimento, deferidos pelo Senhor Presidente,
solicitando votação em destaque para Emendas apostas ao Projeto de Lei do Executivo
nº 018/04 (Processo nº 3006/04): de autoria do Vereador Cláudio Sebenelo, com
relação às Emendas nos 130, 131, 132, 133, 134, 135 e 136; de
autoria da Vereadora Clênia Maranhão, com relação às Emendas nos 31,
32, 33, 34, 97 e 101; de autoria do Vereador Luiz Braz, com relação às Emendas
nos 26, 27, 28, 29 e 30. Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos
062/04, do Senhor Antônio José G. Henriques, Coordenador Geral de
Orçamento e Finanças do Departamento de Gestão do Fundo Nacional de Assistência
Social; 228 e 230/04, do Senhor Valdemir Colla, Superintendente de Negócios da
Caixa Econômica Federal – CEF. Na ocasião, foi apregoado o Memorando nº 334/04,
firmado pela Vereadora Margarete Moraes, Presidenta da Câmara Municipal de
Porto Alegre, por meio do qual Sua Excelência informa que o Vereador Gerson Almeida
se encontra representando externamente este Legislativo, no “Seminário
Internacional Brasil-Canadá: Porto Alegre Cidade Sustentável”, às quatorze horas
e trinta minutos de hoje, no Hotel Plaza São Rafael, em Porto Alegre. Após, o
Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Edmilson
Todeschini, Presidente da Associação dos Procuradores do Município de Porto
Alegre, que discutiu o papel dos Procuradores e Assessores Jurídicos no serviço
público municipal, destacando a importância desses profissionais para a
viabilização das políticas locais e ressaltando a qualidade do corpo jurídico
do Município. Ainda, lamentou a inexistência de um plano de carreira para a
categoria, considerando baixa a remuneração paga pelo Município e elogiando o
apoio desta Casa e da Ordem dos Advogados do Brasil às reivindicações da
Associação que preside. Na ocasião, nos termos do artigo 206 do Regimento, os
Vereadores Beto Moesch, Isaac Ainhorn, Luiz Braz, Sebastião Melo, Carlos
Pestana, Raul Carrion e Cassiá Carpes manifestaram-se acerca do assunto tratado
durante a Tribuna Popular. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao
Senhor Edmilson Todeschini, que agradeceu a manifestação dos Senhores Vereadores
em relação ao tema abordado por Sua Senhoria em Tribuna Popular. Às quatorze
horas e cinqüenta e seis minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos,
sendo retomados às quatorze horas e cinqüenta e sete minutos, constatada a
existência de quórum. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão,
os Projetos de Resolução nos 088, 097 e 098/04, os Projetos de Lei
do Executivo nos 026, 027, 028, 030, 031, 032 e 034/04; em 2ª
Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 003/04, os Projetos de
Lei do Legislativo nos 132, 137, 145, 146, 156, 159, 167 e 168/04;
em 3ª Sessão, os Projetos de Resolução nos 008, 032 e 078/04, o
Projeto de Lei do Legislativo n° 138/04, os Projetos de Lei do Executivo nos
022 e 023/04. Durante a Discussão Preliminar de Pauta manifestaram-se sobre a
ordem dos trabalhos da presente Sessão os Vereadores João Antonio Dib,
Sebastião Melo, Haroldo de Souza, Raul Carrion e Professor Garcia. Na
oportunidade, por solicitação do Vereador Raul Carrion, foi realizado um minuto
de silêncio em homenagem póstuma à Senhora Elza Monnerat, ex-dirigente do
Partido Comunista do Brasil, falecida hoje. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador
Sebastião Melo criticou as propagandas sobre a qualidade do transporte coletivo
de Porto Alegre e contestou o Decreto Municipal nº 14.459, que trata da
Planilha de Cálculo Tarifário do sistema de transporte coletivo de Porto
Alegre. Nesse sentido, afirmou que o discurso do Governo Municipal não condiz
com a realidade e cobrou providências da Comissão de Urbanismo, Transporte e
Habitação em relação ao aumento nas passagens de ônibus. O Vereador Carlos
Pestana referiu-se às notícias de que Porto Alegre foi escolhida por uma
empresa inglesa como a capital do futuro, divergindo do discurso de outros Vereadores,
contrários às políticas adotadas pelo Governo Municipal. Também, desaprovou o
Governo Estadual quanto aos serviços de transporte público, citando incidentes
ocorridos no Município de Guaíba e elogiando o trabalho da Prefeitura Municipal
na manutenção do sistema de transporte público de Porto Alegre. Em continuidade,
face Questão de Ordem formulada pelo Vereador Luiz Braz, o Senhor Presidente
prestou esclarecimentos acerca do cumprimento da legislação eleitoral, no que
diz respeito ao teor dos discursos proferidos da Tribuna, tendo os Vereadores
Carlos Pestana e Sebastião Melo manifestado-se sobre o assunto. Em COMUNICAÇÃO
DE LÍDER, o Vereador Professor Garcia saudou o transcurso, hoje, do Dia do
Advogado, ressaltando a importância dessa classe para a sociedade. Ainda, parabenizou
os garçons pelo Dia do Garçom, enfatizando a interação que esses profissionais
têm com seus clientes. Finalizando, enfocou a passagem do Dia do Estudante,
comemorado hoje, declarando que a inserção dos jovens na cidadania começa na
sua vida estudantil. O Vereador Cláudio Sebenelo reprovou as políticas adotadas
pelo Governo Municipal, mencionando várias medidas do Governo das quais Sua
Excelência discorda e contestando prêmios recebidos por Porto Alegre. Também,
discursou acerca do volume de recursos aplicados pelo Governo Estadual na área
da saúde, traçando um comparativo com os investimentos feitos pelo Estado
quando o Senhor Olívio Dutra desempenhou o cargo de Governador. O Vereador Raul
Carrion registrou o transcurso, hoje, do Dia Nacional do Estudante e enalteceu
o trabalho do Senhor Luiz Inácio Lula da Silva como Presidente da República,
comentando políticas vigentes no País em termos de saneamento ambiental e de
liberação de recursos públicos aos Estados e Municípios. Finalizando, criticou
o Governo Estadual, abordando questões atinentes aos serviços de transporte
coletivo e de assistência médica a que têm acesso os rio-grandenses. A seguir,
foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador Carlos Pestana, Líder da Bancada
do PT, solicitando, nos termos do artigo 218, § 6º, do Regimento, Licença para
Tratamento de Saúde para a Vereadora Margarete Moraes, no dia de hoje, tendo o
Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Adeli Sell,
informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Constituição e Justiça. Em
prosseguimento, foram apregoados Requerimentos, subscritos nos termos no artigo
120, VI, do Regimento, deferidos pelo Senhor Presidente, solicitando votações
em destaque para Emendas apostas ao Projeto de Lei do Executivo n° 018/04
(Processo n° 3006/04): de autoria do Vereador Carlos Pestana, com relação à
Emenda n° 300; de autoria do Vereador Elias Vidal, em relação às Emendas nos
21 e 22. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Elias Vidal mencionou reportagem
publicada pelo jornal Zero Hora, no dia sete de agosto do corrente, intitulada
“Camelôs ilegais tomam Centro às vésperas do Dia dos Pais”. Sobre o assunto,
teceu considerações acerca dos reflexos negativos do crescimento do comércio
informal e da venda de material falsificado, tendo em vista prejuízos
tributários e restrições ao desenvolvimento econômico resultantes dessa
situação. A Vereadora Clênia Maranhão, mencionando eventos hoje realizados em
Porto Alegre para assinalar o transcurso do Dia Nacional do Estudante,
historiou a participação do movimento estudantil na concretização do processo
democrático brasileiro. Ainda, declarou a importância da mobilização de toda a
sociedade, em torno do debate de temas como a reforma universitária e a busca
por melhor qualidade de ensino e por acesso menos restrito aos cursos de nível
superior. O Vereador Isaac Ainhorn citou Sessão Solene a ser realizada no dia
vinte e quatro de agosto do corrente, nesta Casa, para homenagear a figura do
ex-Presidente Getúlio Vargas, analisando a influência, na história brasileira,
das doutrinas de cunho trabalhista. Também, afirmou que as forças reacionárias
que levaram ao suicídio de Getúlio Vargas continuam presentes na vida pública
do País e hoje se articulam para assumir o papel de herdeiros da tradição e da
imagem desse político. O Vereador João Antonio Dib contestou o quadro positivo
divulgado junto aos meios de comunicação pelo Partido dos Trabalhadores, com
referência aos índices de qualidade de vida da população porto-alegrense. Nesse
sentido, enfocou aspectos do sistema público de saúde, questionando diferenças
observadas por Sua Excelência entre os valores das liberações de recursos
federais constantes dos relatórios do Ministério da Saúde e aqueles divulgados
pelo Executivo Municipal. Após, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador
Sebastião Melo, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando a retirada de
tramitação do Requerimento do pedido de votação em destaque efetuado com
referência às Emendas nos 211 e 284, apostas ao Projeto de Lei do
Executivo n° 018/04 (Processo n° 3006/04). Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador
Reginaldo Pujol criticou a atuação do Partido dos Trabalhadores à frente do
Governo Federal, manifestando-se com relação às linhas econômicas seguidas pela
Presidência da República. Ainda, afirmou que a realidade vivenciada pela
população brasileira não condiz com os números divulgados pela imprensa e que o
País, hoje, não consegue se impor frente ao Fundo Monetário Internacional e nem
alcançar índices positivos de desenvolvimento. A seguir, o Vereador Sebastião
Melo informou que protocolará Requerimento, solicitando cópias dos documentos
comprobatórios dos recolhimentos de taxas de administração repassadas, ao
Executivo Municipal, pelas empresas de transporte coletivo de Porto Alegre. Em
continuidade, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA.
Em Votação Nominal, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 261/03, considerando-se
rejeitado o Veto Total a ele aposto, por dezessete votos SIM e dez votos NÃO,
após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Cláudio Sebenelo e Reginaldo
Pujol, tendo votado Sim os Vereadores Beto Moesch,
Cassiá Carpes, Cláudio Sebenelo, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães,
Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos
Nedel, Luiz Braz, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Sebastião
Melo e Wilton Araújo e Não os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos
Pestana, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Maria Celeste,
Maristela Maffei, Renato Guimarães e Sofia Cavedon. Em Discussão Geral e
Votação Nominal, foi rejeitado o Projeto de Lei do Legislativo nº 262/03,
considerando-se mantido o Veto Total a ele aposto, por quinze votos SIM e dez
votos NÃO, após ser discutido pelos Vereadores Reginaldo Pujol e João Antonio
Dib, tendo votado Sim os Vereadores Beto Moesch, Cassiá Carpes, Cláudio Sebenelo,
Dr. Goulart, Elói Guimarães, Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib,
João Carlos Nedel, Luiz Braz, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Reginaldo
Pujol, Sebastião Melo e Wilton Araújo e Não os Vereadores Adeli Sell, Aldacir
Oliboni, Carlos Pestana, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá,
Maria Celeste, Maristela Maffei, Renato Guimarães e Sofia Cavedon. Na ocasião, face Questões de
Ordem e manifestações formuladas pelos Vereadores Reginaldo Pujol, Carlos
Pestana e Sebastião Melo, o Senhor Presidente prestou informações acerca da
ordem de apreciação da matéria constante da Ordem do Dia, em especial no
referente ao Projeto de Lei do Executivo nº 018/04. Ainda, por solicitação do Vereador
Dr. Goulart, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao
Professor Luiz Quartieri Filho. Às dezesseis horas e trinta e cinco minutos, os
trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezesseis horas e
cinqüenta e cinco minutos, constatada a existência de quórum. Em
prosseguimento, foram apregoados os seguintes Requerimentos, deferidos pelo
Senhor Presidente, relativos ao Projeto de Lei do Executivo nº 018/04 (Processo
nº 3006/04): de autoria do Vereador Sebastião Melo, solicitando a retirada de
tramitação do Requerimento de votação em destaque efetuado com referência à Emenda
nº 76; de autoria do Vereador Luiz Braz, subscrito nos termos do artigo 120,
VI, do Regimento, solicitando a votação em destaque do artigo 15 desse Projeto.
Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados o Projeto de Lei do Executivo nº
018/04 e as Emendas a ele apostas, com Parecer favorável da Comissão de
Economia, Finanças, Orçamento e do MERCOSUL, de nos 01, 04, 05, 07,
08, 09, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 25, 39, 40, 47, 62, 65, 70,
77, 84, 92, 93, 96, 109, 114, 137, 145,147, 151, 158, 159, 162, 163, 164, 170,
173, 175, 185, 191, 221, 222, 258 e 284, com ressalva dos destaques a ele apostos,
por vinte e cinco votos SIM e dois votos NÃO, após serem discutidos pelos
Vereadores Sebastião Melo, Professor Garcia, Renato Guimarães, Beto Moesch,
Maristela Maffei, Raul Carrion, Luiz Braz, Cláudio Sebenelo, João Antonio Dib,
Sofia Cavedon e Gerson Almeida e encaminhados à votação pelo Vereador Sebastião
Melo, em votação nominal solicitada pelo Vereador Sebastião Melo, tendo votado
Sim os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Almerindo
Filho, Beto Moesch, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Clênia Maranhão, Elias
Vidal, Ervino Besson, Gerson Almeida, Haroldo de Souza, Helena Bonumá, João
Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Maria Celeste,
Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Professor Garcia, Raul
Carrion, Renato Guimarães, Sofia Cavedon e Valdir Caetano e Não os Vereadores Cláudio
Sebenelo e Sebastião Melo. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Executivo nº 018/04, os
Vereadores João Bosco Vaz e Haroldo de Souza cederam seus tempos de discussão,
respectivamente, aos Vereadores Professor Garcia e Sebastião Melo. Após, face
Questões de Ordem e manifestações formuladas pelos Vereadores Cláudio Sebenelo
e Reginaldo Pujol, o Senhor Presidente prestou informações acerca da ordem de apreciação
das Emendas apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 018/04. Às dezoito horas
e vinte e sete minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo
retomados às dezoito horas e trinta e sete minutos, constatada a existência de
quórum. A seguir, o Vereador Carlos Pestana formulou Requerimento verbal,
solicitando votação conjunta e alteração na ordem de apreciação das Emendas
apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 018/04. Foi votado destacadamente e
aprovado o artigo 15 do Projeto de Lei do Executivo nº 018/04, por dezessete
votos SIM e três ABSTENÇÕES, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores
Luiz Braz e Sebastião Melo, em votação nominal solicitada pelos Vereadores
Sebastião Melo e João Antonio Dib, tendo votado Sim os Vereadores Adeli
Sell, Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Carlos Pestana, Cláudio Sebenelo, Clênia
Maranhão, Ervino Besson, Helena Bonumá, João Antonio Dib, João Carlos Nedel,
Maria Celeste, Maristela Maffei, Pedro Américo Leal, Professor Garcia, Raul
Carrion, Renato Guimarães e Sofia Cavedon e tendo optado pela Abstenção os Vereadores
Cassiá Carpes, Isaac Ainhorn e João Bosco Vaz, votação declarada esta nula pelo Senhor
Presidente. Na ocasião, face Questões de Ordem e manifestações formuladas pelos
Vereadores Luiz Braz, Cláudio Sebenelo, Sofia Cavedon e Professor Garcia, o
Senhor Presidente prestou informações acerca do quórum necessário para aprovação
do artigo 15 do Projeto de Lei do Executivo nº 018/04 e da decisão de Sua
Excelência, pela nulidade dessa votação. Também, os Vereadores João Antonio Dib
e Luiz Braz manifestaram-se quanto às normas regimentais para formulação de
Questões de Ordem durante o processo de votação de matérias pelo Plenário. Foi
votado destacadamente e aprovado o artigo 15 do Projeto de Lei do Executivo nº
018/04, por quinze votos SIM, seis votos NÃO e quatro ABSTENÇÕES, em votação
nominal solicitada pelo Vereador Sebastião Melo, tendo votado Sim os Vereadores
Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Pestana, Gerson Almeida,
Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Maria
Celeste, Maristela Maffei, Pedro Américo Leal, Professor Garcia, Raul Carrion,
Renato Guimarães e Sofia Cavedon, Não os Vereadores Beto
Moesch, Cláudio Sebenelo, Haroldo de Souza, Luiz Braz, Reginaldo Pujol e
Sebastião Melo e
tendo optado pela Abstenção os Vereadores Cassiá Carpes,
Ervino Besson, Isaac Ainhorn e João Bosco Vaz. Em continuidade, o Vereador Luiz Braz
formulou Requerimento verbal, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando a
retirada da prejudicialidade da Emenda nº 30, decretada em face da aprovação da
Emenda nº 185, tendo o Vereador Carlos Pestana manifestado-se a respeito. A
seguir, foi aprovado Requerimento verbal de autoria do Vereador Carlos Pestana,
solicitando votação conjunta de Emendas apostas ao Projeto de Lei do Executivo
nº 018/04. Foram votadas destacada e conjuntamente e aprovadas as Emendas nos
21, 22, 26, 29, 30, 37, 80, 98, 102, 103, 104, 106, 107, 108, 111, 113, 115,
116, 117, 118, 119, 120, 121, 122, 123, 124, 125, 126, 127, 128, 129, 138, 139,
140, 141, 143, 144, 146, 148, 149, 150, 153, 154, 155, 156, 157, 160, 161, 165,
172 e 176, por dezessete votos SIM, cinco votos NÃO e duas ABSTENÇÕES, após
serem encaminhadas à votação pelo Vereador Sebastião Melo, em votação nominal
solicitada pelo Vereador Elói Guimarães, tendo votado Sim os Vereadores Adeli
Sell, Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Carlos Pestana, Cláudio Sebenelo, Clênia
Maranhão, Ervino Besson, Gerson Almeida, Helena Bonumá, João Carlos Nedel, Luiz
Braz, Maria Celeste, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Renato
Guimarães e Sofia Cavedon, Não os Vereadores Guilherme Barbosa, Haroldo de
Souza, João Antonio Dib, João Bosco Vaz e Maristela Maffei e optado pela Abstenção os
Vereadores Cassiá Carpes e Sebastião Melo. Em prosseguimento, com
relação às Emendas apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 018/04, o Senhor
Presidente declarou prejudicadas as Emendas: de nos 27 e 193, em
função da aprovação da Emenda nº 107; de nº 83, em função da aprovação da
Emenda nº 29; de nº 110, em função da aprovação da Emenda nº 26; de nº 187, em
função da aprovação da Emenda nº 106; de nº 194 e 195, em função da aprovação
da Emenda nº 110; e de nº 241, em função da aprovação da Emenda nº 143. Também,
os Vereadores Guilherme Barbosa e Maristela Maffei formularam Requerimentos
verbais, indeferidos pelo Senhor Presidente, solicitando a troca de voto, de
Não para Sim, relativamente à votação conjunta de Emendas, acima referida.
Ainda, face Questões de Ordem e manifestações formuladas pelos Vereadores
Maristela Maffei, Guilherme Barbosa e Raul Carrion, o Senhor Presidente prestou
esclarecimentos acerca da possibilidade de troca de voto, pelos Senhores
Vereadores, durante o processo de votação de matérias. Após, foi rejeitada a
prorrogação dos trabalhos da presente Sessão, por sete votos SIM, onze votos
NÃO e uma ABSTENÇÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador Elói Guimarães,
tendo votado Sim os Vereadores Beto Moesch, Cassiá Carpes, Elias
Vidal, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Carlos Nedel e Sebastião Melo,
Não os Vereadores
Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Pestana, Ervino Besson, Helena
Bonumá, João Antonio Dib, Maria Celeste, Maristela Maffei, Pedro Américo Leal,
Raul Carrion e Sofia Cavedon e optado pela Abstenção o Vereador Gerson Almeida. Às dezenove horas e dezoito
minutos, esgotado o prazo regimental da presente Sessão, o Senhor Presidente
declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a
Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos
pelos Vereadores Elói Guimarães, Ervino Besson e João Antonio Dib, este com
base no artigo 27, parágrafo único, do Regimento, e secretariados pelo Vereador
João Carlos Nedel. Do que eu, João Carlos Nedel, 1º Secretário, determinei
fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será
assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Passamos à
O Sr. Edmilson Todeschini,
representando a Associação dos Procuradores do Município de Porto Alegre, está
com a palavra, para tratar de assunto relativo ao papel dos Procuradores e
Assessores para Assuntos Jurídicos no serviço público municipal e sua
importância para a viabilização das políticas locais, pelo tempo regimental de
10 minutos.
O SR. EDMILSON
TODESCHINI: Exmo Sr. Vice-Presidente desta Casa
Legislativa, Ver. Elói Guimarães, digníssimos Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, digníssimo representante da OAB aqui presente, colegas Procuradores
e Assessores Jurídicos do Município, compreendendo a Administração Centralizada
e autárquica, demais municipários aqui presentes que prestigiam este evento,
distinto público. Hoje comemoramos o Dia do Advogado, e a Associação dos
Procuradores do Município de Porto Alegre, entidade que congrega e representa
as duas carreiras jurídicas do Município - de Procuradores e de Assessores
Jurídicos -, entende oportuno ressaltar a importância dos profissionais do
Direito para a construção do Município.
A advocacia atualmente é um
segmento profissional de importância ímpar para a Administração Municipal na
consecução do bem comum, em face de princípios constitucionais que regem os
atos da Administração diante da complexidade crescente do ordenamento jurídico,
agravado pela profusão da edição de medidas provisórias, por vezes tratando e
alterando diplomas legais distintos, criando verdadeiros enigmas jurídicos. Não
existem obras públicas sem a participação dos Procuradores e Assessores
Jurídicos, seja na elaboração ou revisão de editais de licitação, seja na
elaboração de minutas contratuais, seja na desapropriação dos imóveis que se
fazem necessários para tanto. Da mesma forma, impossível falar em política
urbanística ou ambiental sem considerar os aspectos jurídicos envolvidos e a
necessária participação de profissionais dessa área de conhecimento técnico.
Relativamente à administração de pessoal não é diferente, pois tanto as prévias
orientações como a defesa judicial dependem necessariamente dos advogados. Os
advogados públicos têm atuação importante, também, na recuperação dos recursos
financeiros com a distribuição de milhares de execuções fiscais anualmente.
Essas são algumas das atividades desenvolvidas pelos Procuradores e Assessores
Jurídicos do Município no sentido de viabilizar a Administração Pública com
eficiência, com segurança, com racionalidade do dinheiro público e com o
respeito aos cidadãos.
Orgulhamo-nos de atuar em todas
as frentes já referidas, com reconhecido destaque qualitativo local, estadual e
nacional. A exemplo disso, podemos citar nossos caros colegas e associados que,
ao elaborarem e apresentarem teses, alcançaram seis prêmios qualitativos nos
últimos encontros nacionais de Procuradores Municipais. E mais: no encontro
realizado em Fortaleza, em agosto de 2003, apenas duas teses foram premiadas em
todo o Brasil, ambas da Capital gaúcha. Se temos ainda peças técnicas, sejam
pareceres ou peças judiciais elaboradas pelo corpo jurídico do Município de
Porto Alegre, elas são reconhecidas pelo padrão qualitativo e acabam por
orientar não só o Governo local, o Governo de outros Municípios como também o
de Municípios de outros Estados.
Feitas essas demonstrações acerca
do nosso papel na Administração Municipal, com respeitável destaque
qualitativo, cabe demonstrar nossa insatisfação com o tratamento que nos é
dispensado pelo Governo Municipal, uma vez que o Município não retribui
satisfatoriamente o nosso trabalho. Isso se reflete na alta rotatividade dos
integrantes das carreiras jurídicas, que, ao buscarem digno tratamento
profissional, migram para a advocacia da União, para a Procuradoria-Geral do
Estado, para a Defensoria Pública, para a Magistratura e para o Ministério
Público, levando consigo a história e o conhecimento específicos aqui
adquiridos.
É lamentável que os principais
motivos da rotatividade sejam a remuneração inferior aliada à inexistência de
um plano de carreira. No momento, está em pauta em nossa entidade a luta pela
correção de uma flagrante injustiça. Trata-se da extensão da gratificação de
produtividade técnico-jurídica aos Assessores e Procuradores Jurídicos das
autarquias, que exercem idênticas atividades, com igual qualidade técnica,
porém percebem remuneração inferior. Aliás, os Assessores Jurídicos e
Procuradores das autarquias são os únicos profissionais, de todo o nível
superior do Município de Porto Alegre, que não recebem gratificação de
produtividade. Destaque-se que os cargos de Procurador e Assessor Jurídico
foram criados no mesmo nível e com o mesmo padrão remuneratório. Porém, essa
isonomia foi quebrada ao longo do tempo com o deferimento de parcelas
remuneratórias que não contemplaram a totalidade dos integrantes das carreiras
jurídicas do Município. E já se somaram nove anos de luta pela correção da
flagrante injustiça. Referimos que, oportunamente, essa injustiça foi corrigida
pela Câmara Municipal e que, por Ação Direta de Inconstitucionalidade proposta
pelo Executivo Municipal, fundada em mero vício de origem, ela não foi
estendida aos advogados das autarquias municipais. Inclusive a luta pela
correção dessa injustiça contou com o público e elogiável apoio da OAB, aqui
representada. Nossos cumprimentos à OAB e aos seus programas valorizativos da
advocacia pública municipal. Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, urge a
institucionalização de um plano de carreira que venha a frear a rotatividade e
que venha a retribuir dignamente o nosso trabalho.
Feitas esses breves
considerações, a Associação dos Procuradores do Município de Porto Alegre
agradece a todos e reitera a necessidade de contar com o Legislativo Municipal
na busca do reconhecimento da importância da advocacia municipal, conferindo
aos profissionais que a integram o tratamento de que são merecedores. Muito
obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Convidamos o Dr. Edmilson Todeschini, Presidente
da Associação dos Procuradores do Município de Porto Alegre, a fazer parte da
Mesa.
O Ver. Beto Moesch está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. BETO MOESCH: Dr. Edmilson, em primeiro lugar, parabéns pelo Dia do Advogado. A
Bancada do Partido Progressista, que é composta pelos Vereadores João Antonio
Dib, João Carlos Nedel, Pedro Américo Leal e por este Vereador, sempre esteve
ao lado do funcionalismo público, a nossa história mostra justamente isso,
inclusive tentando lutar pela bimestralidade. Aliás, a correção do IPTU teve,
na época, como justificativa a garantia da bimestralidade, que não existe mais
aqui em Porto Alegre.
Não é a primeira vez que nós
vemos a classe de funcionários públicos revoltada pela injustiça que o Poder
Executivo lhe faz, lamentavelmente. E a carreira jurídica do Município, que é a
Advocacia Pública, no Brasil em seu todo, mostra como ela é de fundamental
importância. A Advocacia da União e a do Estado, essas, sim, são devidamente
defendidas e priorizadas pelos respectivos Poderes Executivos, o que não
acontece aqui em nível municipal. Mas como é que nós vamos defender o nosso
Município, como é que nós vamos defender as nossas autarquias, as nossas
Secretarias, se não tivermos funcionários, Procuradores e Assessores da área
jurídica devidamente estimulados? Sequer a gratificação pela produtividade
existe - colocaste muito bem -, como ocorre com os demais técnico-científicos.
Não há como nós, juntamente com o Estado e com a União, que priorizam os seus
Assessores, os seus Procuradores, podermos qualificar a cidade de Porto Alegre.
Fica aqui, também, a nossa defesa
pela urgência do plano de carreira para os Procuradores e Advogados do
Município. Parabéns, mais uma vez, pela dedicação de vocês. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente da Associação dos Procuradores do Município de Porto
Alegre, Dr. Todeschini, a nossa saudação em nome da Bancada do Partido
Democrático Trabalhista, composta pelos Vereadores Nereu D’Ávila, Ervino
Besson, Dr. Goulart e por este Vereador, que tem como seu Líder o eminente Ver.
João Bosco Vaz. A Bancada do PDT outorgou-me a condição de manifestar-me sobre
a matéria, uma vez que eu e o Ver. Nereu D'Avila somos Vereadores oriundos da
área jurídica e conhecemos esse problema.
De uma certa maneira, na cidade
de Porto Alegre, o próprio esvaziamento da atividade de Defensor e Assistente
Judiciário se dá pelo fato de eles - aqui mesmo na Casa já nos fizemos sentir,
pois perdemos valorosos defensores jurídicos - passarem em outros concursos,
retirando-se em função, muitas vezes, do problema das escalas salariais na área
da assistência jurídica. Mas, especificamente, estamos solidários à luta da
Associação em defesa de um reconhecimento indispensável e inadiável em relação
à valorização desse segmento, da sua atividade, da produtividade desempenhada.
Aqui mesmo, neste momento, está na frente da presidência desta Casa um Vereador
que tem as suas origens na Procuradoria do Município de Porto Alegre, um dos
mais antigos Vereadores - por que não dizer? - em exercício de mandato, Ver.
Elói Guimarães, que é oriundo da Procuradoria-Geral do Município.
Portanto, estamos sensíveis a
essa luta, sabemos a importância desse trabalho, pela gama de responsabilidades
que a nossa Procuradoria, seus assistentes e defensores têm, seja na
Administração Direta, seja nas autarquias, é de extrema importância na defesa
dos interesses do Município. Nós temos a ciência e a consciência da importância
da valorização profissional, do reconhecimento e da justa retribuição pelos
trabalhos realizados por essa categoria profissional que hoje, no dia 11 de
agosto, comemora a sua data maior, a da fundação dos cursos jurídicos em nosso
País. Mas, infelizmente, sobretudo no plano federal, vem cada vez mais sofrendo
um profundo achatamento, um sucateamento que, infelizmente, chega num patamar
de cima para baixo, esmagando e diminuindo a valorização do trabalho na área
pública. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. Luiz Braz está com a palavra, nos termos do
art. 206 do Regimento.
O SR. LUIZ BRAZ: Quero aproveitar a oportunidade para cumprimentar o Dr. Edmilson
Todeschini, Presidente da Associação dos Procuradores do Município, como também
queremos cumprimentar todos os Procuradores do nosso Município, aqueles que
estão presentes e também os que não estão, cumprimento os advogados aqui da
Casa, afinal de contas, hoje é Dia do Advogado.
Quero dizer que, realmente, nós,
aqui da Câmara, temos que ser solidários com essa luta que vocês efetuam no
sentido de serem melhor reconhecidos, porque é pela qualificação deste grupo de
Procuradores que temos a oportunidade de fazer com que o nosso Município não
tenha grandes prejuízos nas batalhas jurídicas que são travadas com vários
setores da nossa sociedade. É por meio dessa qualificação, desse Procurador que
realmente tem toda a competência para exercer a sua função, que nós podemos
garantir uma tranqüilidade nesse mundo jurídico, nessas batalhas que são
travadas dentro do mundo jurídico, em que os Procuradores são a linha de
frente. Quero dizer que todos nós na Câmara somos extremamente solidários com a
luta que vocês travam e que, a qualquer instante, a qualquer momento, o
Executivo pode contar com o Legislativo no sentido de fazer com que uma
legislação possa tramitar aqui nesta Casa, e tramitar de uma forma rápida, no
sentido de fazer com que haja um reconhecimento das funções que vocês têm
frente aos interesses do Executivo. Um grande abraço e sucesso para vocês!
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, colegas Vereadores, nossa saudação, Edmilson
Todeschini, a V. Sa. e a seus pares que cumprem um papel relevante na
municipalidade. Tenho dito, em várias oportunidades, que são nos Municípios que
as coisas acontecem ou não acontecem. Tristemente, nós temos, no papel, uma
Federação que, na prática, não traduz, porque os Municípios, cada vez mais, têm
os encargos, e não traduzem para esses encargos os próprios recursos.
Um serviço público qualificado: quem
ganha com isso é a população; uma máquina pública não azeitada: quem perde com
ela, especialmente, é a população de baixa renda. Nestes quatro anos de
Vereança, não tenho dúvida de dizer que a Prefeitura precisa fazer uma
reengenharia nos seus serviços públicos. Não é possível que os impostos
cobrados dos banqueiros e autuados pela Prefeitura levem oito anos, nove anos
no Conselho do Contribuinte. Isso não está correto, não está certo, enquanto
falta dinheiro para a área social. Não é possível que um projeto de Estudo de
Viabilidade Urbanística leve tanto tempo para sair da SPM e das outras
Secretarias afins. Eu estou dizendo isso porque tem tudo a ver com a nossa
Procuradoria, que é composta de extraordinários quadros. Ela precisa receber
não só apenas a qualificação profissional, mas as condições de trabalho dignas
para exercer a função pública, o que hoje não acontece.
A Prefeitura de Porto Alegre
discursa a favor dos trabalhadores, mas, na verdade, não governa a favor deles
e muito menos a favor dos servidores públicos. Isso está demonstrado na questão
da bimestralidade, dos avanços que, há mais de um ano, não se pagam, a questão
dos próprios equipamentos públicos - os funcionários para adquirir, hoje, um
equipamento têm que passar por uma assembléia, e quando conseguem.
Então, a nossa solidariedade, o
nosso cumprimento, pelo papel, especialmente neste dia de hoje, pois eu acho
que o Dia do Advogado é o dia-a-dia, porque o advogado que peleia, que luta,
que vai ao balcão do Fórum sabe que é uma luta árdua. Nosso abraço muito
fraterno ao senhor e a todos os colegas de Procuradoria.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. Carlos Pestana está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. CARLOS PESTANA: Queria saudar o Presidente da Associação dos Procuradores, Edmilson
Todeschini, neste Dia do Advogado, em que nos sentimos muito à vontade porque
não só somos advogados como somos servidores públicos, Assessores Jurídicos do
Município. Então, evidentemente, nós, tão bem quanto vocês, sabemos da
importância do Procurador e do Assessor Jurídico na questão do serviço público
da nossa Cidade, é importantíssimo o papel do advogado na viabilização das
políticas locais. É importante registrar que, caso os Procuradores ainda não
tenham o reconhecimento que efetivamente julgam necessário, ainda das carreiras
do Município, é uma das que estão melhor remuneradas, o que não quer dizer,
volto a frisar, que não mereça remuneração melhor do que a existente. Contudo,
no quadro funcional do Município, ela ainda se destaca em relação às outras
careiras do ponto de vista dos seus recursos.
Acredito que tem razão, sim, não
só pela minha condição de Assessor Jurídico, mas em relação inclusive à
situação dos Procuradores das autarquias, porque há uma distinção que, a meu
juízo, configura, sim, uma distorção, a qual surgiu no Governo Tarso Genro,
quando, por conta da necessidade de valorização dos Procuradores e dos
engenheiros, foi estabelecida uma gratificação que, incorretamente, não foi
estendida às autarquias. Isso gerou, concretamente, uma distorção, mas é uma
das distorções que existem no Município e que a gente tem de trabalhar nesse
período para tentar resolver da melhor forma possível. Eu sei que isso é pauta
de uma das reivindicações do Fórum das Entidades nesse processo de negociação e
por isso acho que é uma pauta que deve ser debatida, e é aí que, efetivamente,
reside, sim, uma justa reivindicação.
Quanto à questão da valorização
do servidor público, se é verdade que hoje o Município enfrenta algumas
dificuldades do ponto de vista de manter aquela política que ele criou nesses
14 anos, ainda nessas condições, encontra-se uma situação bem mais favorável.
E, nesse sentido, causa-me estranheza alguns Vereadores da oposição que estabelecem
um tipo de discurso neste plenário mas que não reproduzem esse mesmo tipo de
discurso em outras esferas de Poder, em particular, no Estado, como aqueles que
vêm reclamar da bimestralidade, mas que, no seu Governo, sequer conseguem pagar
os salários em dia. Faço esse registro, porque, se hoje efetivamente estamos
passando uma dificuldade - e essa dificuldade é real -, eu me sinto muito à
vontade, porque foi este Governo que, nesses 14 anos, construiu uma política
salarial que, se não é a ideal, com certeza foi a melhor política construída
nesse mesmo período no País inteiro.
Então, nós estamos trabalhando e
empenhando-nos para que, em um curto espaço de tempo, a gente consiga retomar
essa mesma política que possibilitou, nesses 14 anos, que os municipários, como
um todo, tivessem, sim, um ganho real de salário, coisa que é muito rara nas
demais categorias de servidores e nos outros entes federados da União. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. Raul Carrion está com a palavra, nos termos
do art. 206 do Regimento.
O SR. RAUL CARRION: Em primeiro lugar, a nossa saudação ao Dr. Edmilson Todeschini,
Presidente da Associação dos Procuradores do Município de Porto Alegre, neste
Dia do Advogado, em nome de quem saúdo todos os Procuradores do Município e os
próprios advogados. Digo isso na qualidade de filho de advogado, irmão de
advogado, e oriundo de uma família de juristas. Queria também registrar, na
opinião do PCdoB, a alta importância e qualificação dos Procuradores do
Município, que não só têm um papel fundamental, mas que vêm desempenhando com
grande qualidade o seu trabalho.
A Bancada do Partido Comunista do
Brasil é solidária com essa luta pelo Plano de Carreira, que é um problema
ainda não resolvido nas três esferas de Poder: União, Estado e Município. A
questão que a nossa Constituição colocou ainda não foi adequadamente resolvida,
não é um problema particular do Município.
Queria também falar sobre a
parceria da nossa Bancada para buscar, o quanto antes, a retomada da política
da bimestralidade, aliás uma política singular no nosso Brasil. No nosso
Estado, até desconheço algum outro Município que utilize essa política. Por
isso também me causou estranheza quando o PP, que tem uma história do tempo do
regime militar, inclusive de impedir as manifestações como a sua aqui, disse
que sempre lutou pela bimestralidade. Realmente causa espanto, mas, em períodos
eleitorais, escuta-se de tudo.
Por fim, quero dizer também que
esses limites impostos hoje ao próprio Governo Municipal decorrem da Lei de
Responsabilidade Fiscal, que eu gosto de chamar de “lei de irresponsabilidade
social”, porque diz que todos os juros para os banqueiros devem ser pagos, e
impõe limites ao pagamento do funcionário público.
O meu Partido, diferentemente do
PP, não apoiou essa legislação, diferentemente de muitos Partidos que se
manifestaram, aqui, de forma, no meu entender, ilusória. Então, a solidariedade
do PCdoB tanto à luta pelo Plano de Carreira, como à retomada, o quanto antes,
dessa grande política salarial de bimestralidade. Porto Alegre, que eu saiba, é
a única Cidade que a adota. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. ELÓI GUIMARÃES: O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra, nos termos do art. 206 do
Regimento.
O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente, Elói Guimarães; Dr. Edmilson Todeschini, declaro a
nossa satisfação em recebê-los, em nome da Bancada do Partido Trabalhista
Brasileiro, que sempre, nesta Casa, esteve junto aos trabalhadores do Município
e que quer se solidarizar com esse papel importantíssimo dos Procuradores do
Município. O Partido Trabalhista Brasileiro vai continuar junto nessa luta de
valorização do Procurador do Município, pelo seu papel e pela sua importância.
Portanto, quero aqui me solidarizar e dizer que a nossa Bancada vai continuar
nessa linha de valorização do funcionário público municipal. Um abraço a todos.
(Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Sr. Edmilson Todeschini está com a palavra para
fazer os agradecimentos finais.
O SR. EDMILSON
TODESCHINI: Em nome das duas carreiras jurídicas do Município:
carreira de Procuradores e carreira dos Assessores Jurídicos, aqui
representadas por diversos colegas, a Associação dos Procuradores do Município
de Porto Alegre agradece os pronunciamentos das Bancadas que manifestaram apoio
à nossa luta pela dignificação do tratamento dos Procuradores e Assessores
Jurídicos do Município. Muito obrigado a todos e meus parabéns, tanto aos
colegas Procuradores aqui presentes quanto aos demais advogados e Vereadores
desta Casa Legislativa. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Nós queremos agradecer a presença aqui dos
senhores e senhoras, Procuradores e Assessores Jurídicos das autarquias, bem
como da Associação dos Procuradores do Município. Quero cumprimentar o
Presidente da Associação, Dr. Edmilson, pelas manifestações aqui produzidas e
dizer que fui Vice-Presidente da Associação dos Procuradores do Município de
Porto Alegre, quando da Presidência da Dra. Lourdes Camaratta. Conheço a
questão ligada à Procuradoria, aos Procuradores e aos Assessores Jurídicos do
Município de Porto Alegre. Realmente, à Procuradoria e às Assessorias igualdade
se impõe, dado que tratam de matéria idêntica nas autarquias. Então, essa
diferença de tratamento é inconstitucional, na minha opinião, salvo melhor
juízo, o tratamento remuneratório do Assessor e do Procurador, porque exercem
nas autarquias o mesmo ofício, o mesmo munus,
por assim dizer, daqueles que exercem na Administração Direta.
Então, quando nós estamos nesta
data também comemorando o Dia do Advogado, enfim, historicamente o “Dia do
Pendura”, nós queremos saudar os Procuradores e Assessores e dizer que a causa,
Presidente Edmilson, é extremamente justa em simples análise que se possa fazer
dessa matéria.
Ao encerrar, agradeço a todos e
quero dizer que nós temos aqui um Projeto tramitando na Casa, encaminhado pela
Administração passada, da Associação do Presidente Edgar Gruzinski, para que
indiquemos o dia 4 de junho como o Dia do Procurador e do Assessor Jurídico.
Portanto, senhores Assessores, Procuradores, Presidência e Diretoria da
Associação, recebam a manifestação e a saudação da Casa. Obrigado. (Palmas.)
Estão suspensos os trabalhos para
as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 14h56min.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães – às 14h57min): Estão reabertos os
trabalhos.
PAUTA - DISCUSSÃO
PRELIMINAR
(05 oradores/05
minutos/com aparte)
1.ª SESSÃO
PROC. N.º 3321/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º
088/04, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que concede o
prêmio artístico “Lupicínio Rodrigues” ao Senhor Nicolau Richter.
PROC. N.º 3787/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO
N.º 026/04, que revoga a Lei n.º 3.527, de 16 de setembro de
1971, que declarou de utilidade pública o Centro Nossa Senhora de Fátima de
Promoções Comunitárias.
PROC. N.º 3788/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO
N.º 027/04, que revoga a Lei n.º 5.767, de 11 de julho de 1986,
que declarou de utilidade pública o Centro de Estudos Professor Álvaro
Barcellos Ferreira.
PROC. N.º 3789/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO
N.º 028/04, que revoga a Lei n.º 4.018, de 18 de setembro de
1975, que declarou de utilidade pública o Grupo Espírita Lar Francisco de
Assis.
PROC. N.º 3791/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO
N.º 030/04, que revoga a Lei n.º 4.256, de 30 de dezembro de
1976, que declarou de utilidade pública o Instituto Brasileiro de Planejamento
- I.B.P.
PROC. N.º 3792/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO
N.º 031/04, que revoga a Lei n.º 6.381, de 20 de janeiro de
1989, que declarou de utilidade pública a União de Mulheres de Porto Alegre.
PROC. N.º 3831/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO
N.º 032/04, que revoga a Lei n.º 3.877, de 02 de junho de 1974,
que declarou de utilidade pública o Centro Cultural Ítalo-Brasileiro Dante
Alighieri.
PROC. N.º 3834/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º
097/04, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que concede o
Prêmio Mérito Sindical ao Senhor Ricardo Baldino.
PROC. N.º 3835/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º
098/04, de autoria dos Vereadores Almerindo Filho e
Reginaldo Pujol, que concede o troféu Honra ao Mérito ao Senhor Edgard Dutra
Pinheiro.
PROC. N.º 3857/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO
N.º 034/04, que revoga a Lei n.º 4.475 de 31 de outubro de 1978
que declarou de utilidade pública a Associação Brasileira de Combate ao
Alcoolismo.
2.ª SESSÃO
PROC. N.º 3068/04 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 132/04, de autoria do Ver. Sebastião
Melo, que acrescenta parágrafo único ao art. 4.º e §§ 4.º e 5.º ao art. 5.º da
Lei n.º 8.192, de 17 de julho de 1998, alterada pela Lei n.º 9.133, de 3 de
junho de 2003, que obriga as agências bancárias, no âmbito do Município, a
colocar à disposição dos usuários pessoal suficiente no Setor de Caixas, determinando
que as multas de que trata os incisos I e II do art. 4.º sejam convertidas em
UFM, bem como o fornecimento de senhas com data e horário de emissão e de
atendimento. Com Emenda n.º 01.
PROC. N.º 3276/04 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 137/04, de autoria do Ver. Cassiá Carpes,
que consolida a legislação sobre os títulos de Cidadão Honorário do Município
(Cidadão de Porto Alegre e Cidadão Emérito de Porto Alegre), elegendo a lei
como único instrumento de concessão de ambas as espécies, diferenciando-as em
relação à condição do homenageado, se nascido ou não em Porto Alegre, e revoga
as Leis n.os 1.534, de 22 de dezembro de 1955, e 1.969, de 23 de
julho de 1959, e a Resolução n.º 731, de 10 de dezembro de 1979.
PROC. N.º 3411/04 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 145/04, de autoria do Ver. Elias Vidal,
que institui, no Município de Porto Alegre, o Dia da Liberdade Tributária, a ser comemorado, anualmente, no dia 25 de maio, e
estabelece a adesão como forma de participação e de organização do evento.
PROC. N.º 3491/04 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 146/04, de autoria do Ver. João Carlos
Nedel, que denomina Rua Jayr Amaury Koebe um logradouro não-cadastrado,
localizado no Bairro Jardim do Salso.
PROC. N.º 3551/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO
N.º 156/04, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina
Rua Senador Mondin um logradouro público não-cadastrado, localizado no Bairro
Hípica.
PROC. N.º 3697/04 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 159/04, de autoria dos Vereadores João
Carlos Nedel e Aldacir Oliboni, que denomina Rua Antonio Spolidoro um
logradouro público não-cadastrado, localizado no Bairro Hípica.
PROC. N.º 3798/04 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR
DO EXECUTIVO N.º 003/04, que inclui art. 5.º-A e
parágrafo único na Lei Complementar n.º 505, de 28 de maio de 2004, que fixa
alíquotas de contribuição previdenciária para fins de custeio do Regime Próprio
de Previdência Social dos Servidores Públicos do Município de Porto Alegre e dá
outras providências.
PROC. N.º 3940/04 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 167/04, de autoria da Mesa Diretora, que
fixa os subsídios mensais do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários
Municipais de Porto Alegre para a XIV Legislatura, período de 1.º de janeiro de
2005 a 31 de dezembro de 2008, e dá outras providências.
PROC. N.º 3941/04 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 168/04, de autoria da Mesa Diretora, que
fixa os subsídios mensais dos Vereadores de Porto Alegre e a ajuda de custo da
Presidência da Câmara Municipal para a XIV Legislatura, período de 1.º de
janeiro de 2005 a 31 de dezembro de 2008.
3.ª SESSÃO
PROC. N.º 0072/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º
008/04, de autoria da Verª Margarete Moraes, que concede o
troféu Honra ao Mérito ao Jornalista e ex-Vereador Adroaldo Bauer Spíndola
Corrêa.
PROC. N.º 0114/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 032/04, de autoria da
Verª Maria Celeste, que concede o Prêmio Mérito Sindical ao Sindicato dos
Sociólogos do Rio Grande do Sul.
PROC. N.º 2538/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 078/04, de autoria da Verª Helena Bonumá, que concede o Prêmio Mérito Sindical
ao Sindicato dos Bancários de Porto Alegre.
PROC. N.º 3027/04 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 138/04, de autoria do Ver. Beto Moesch,
que institui o Sistema Municipal de Informações Ambientais (SMIA) para acesso
público, inclusive via Internet, aos dados e informações ambientais dos
órgãos integrantes do Sistema Municipal do Meio Ambiente (SISMAM).
PROC. N.º 3394/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO
N.º 022/04, que denomina Rua Caracol do Campo, Rua Grandiúva,
Rua Gravatá, Rua Caliandra, Rua Pé-de-Deus, Rua Begônia, Rua Ipê Amarelo, Rua
Guamirim, Rua Capororoca, Rua Goiabeira, Rua Aroeira e Rua Cambará, logradouros
não-cadastrados localizados no Loteamento Cavalhada, Bairro Cavalhada e dá outras
providências.
PROC. N.º 3433/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO
N.º 023/04, que autoriza o Poder Executivo Municipal a
contratar operação de crédito com a Caixa Econômica Federal – CAIXA; para
execução de empreendimentos do Programa Nacional de Apoio à Gestão
Administrativa e Fiscal dos Municípios Brasileiros – PNAFM – e a oferecer
garantias e dá outras providências.
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. JOÃO ANTONIO
DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, eu considero a Pauta um dos momentos mais importantes das nossas
Sessões, apesar de que alguns parecem não se preocupar com o tempo das Sessões,
mas eu me preocupo. Vou deixar de usar os cincos minutos para dizer que eu
quero que sejam votados os dois Vetos, que devem ser votados, e quero dizer que
a Lei de Diretrizes Orçamentárias tem prazo e tem de ser votada. O tempo é
importante, ainda que, repito, para uns parece não ser. Saúde e PAZ!
(Não revisto pelo orador.)
O SR. RAUL CARRION
(Requerimento): Sr. Presidente, gostaria de solicitar à Casa um
minuto de silêncio em homenagem a Elza Monnerat, dirigente histórica do Partido
Comunista do Brasil, falecida hoje, às 6h, aos 91 anos de idade, 59 dos quais
dedicados à luta social neste País. Era dirigente do nosso Comitê Central e
teve participação na luta do Araguaia, conhecida de todo o nosso povo.
Então, solicito que esta Casa
preste essa homenagem, com um minuto de silêncio. Obrigado.
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Deferimos o pedido.
(Faz-se um minuto de silêncio.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Obrigado.
O Ver. Sebastião Melo está com a
palavra para discutir a Pauta.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, colegas Vereadores e Vereadoras, também no mesmo
diapasão do meu antecessor, Ver. Dib, mesmo havendo vários Projetos de
relevância para a Cidade, vou deixar de discutir a Pauta no dia de hoje, para
acelerarmos a nossa entrada na Ordem do Dia, votando os Vetos, bem como a Lei
de Diretrizes Orçamentárias, que se encontra em Pauta com inúmeras Emendas, é
uma matéria relevante para a Cidade. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. HAROLDO DE
SOUZA: Sr. Presidente, Vereadores e Vereadoras, também no
mesmo sentido, na mesma linha, já que julgamos muito importantes esses Vetos
que estão parados e que trancam os nossos trabalhos, abro mão de fazer uso do
meu tempo para discutir a Pauta no dia de hoje. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. RAUL CARRION: Exmo Sr. Elói Guimarães, demais Vereadores, Vereadoras,
todos que nos acompanham nesta tarde, da mesma forma, em que pese a importância
seja dos Projetos, seja do tempo de Pauta, entendemos, solidariamente com as
demais Bancadas, que o dia de hoje deve ser dedicado para o trabalho, seja de
apreciação dos Vetos, seja da própria LDO, que tem prazos definidos e precisa
ser votada hoje. Então, feito isso, abro mão do resto do meu tempo para
viabilizar o andamento dos trabalhos. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. PROFESSOR
GARCIA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, na Pauta de hoje os inúmeros assuntos têm muito de utilidade
pública, mas acho que a maior utilidade pública hoje, na realidade, é
começarmos a discutir a LDO, já que muitas Emendas que foram rejeitas por este
Relator, durante a Comissão, serão analisadas hoje. Muito obrigado, Sr.
Presidente.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Nós cumprimos a Pauta.
O Ver. Sebastião Melo está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, público
que nos honra com a sua presença, eu quero usar este tempo de Liderança, Ver.
João Bosco, para dividir aqui algumas reflexões. Eu tenho andado pela Cidade,
assim como todos deste plenário andam, e visto vários outdoors, sendo que um deles diz que aqui em Porto Alegre há o
melhor transporte coletivo do Brasil, para não dizer do mundo. E aí eu quero
lincar essa questão, Presidente, para dizer algumas coisas, as quais esta Casa
deve-se apropriar.
Eu fui - e eu gosto de pesquisar
- lá pesquisar e vi que, no dia 30 de janeiro deste ano, o Executivo Municipal
lançou o Decreto, Ver. João Dib, nº 14.459, sobre o qual se deve fazer algumas
considerações. O cidadão desta Cidade não consegue mais pagar o preço da
passagem, muita gente desempregada não consegue, pela manhã, acessar um ônibus
porque não tem dinheiro para pagar passagem. E, com essa passagem inatingível
para alguns, a Prefeitura chega para o trabalhador e coloca outdoor dizendo que é o melhor
transporte do Brasil. Na verdade, meus colegas Vereadores, esse Decreto traz
algumas coisas interessantes, está dizendo o seguinte, Vereador-Presidente:
entre os custos que a população - o senhor que está me assistindo, desempregado
- paga, os custos com outras despesas, tais como energia elétrica, água,
esgoto, telefone, locação de equipamentos, materiais de consumo, serviços
advocatícios, vistorias, tecnologia, informação e outros, entre eles, estão os
pró-labores dos diretores da Empresa de Transporte - para não dizer que pagam o
churrasco, que pagam o uísque - que entram no cálculo da planilha do transporte
coletivo desta Cidade.
Então, por favor, respeitem a
população sofrida desta Cidade! Discursam para os trabalhadores dizendo que são
a favor deles e vão, na moita, fazer acordos com o empresário. Essa é a
realidade da Administração que discursa para os pequenos mas governa sempre
aliançado com os poderosos. É claro que a passagem tem de estar esse preço se
até o uísque que é consumido nas empresas é colocado, se o pró-labore, se a luz
elétrica... Respeitem-me! E eu quero dizer ao cidadão que acesse o site da Prefeitura ou da Câmara de
Vereadores para saber se esse Decreto está lá. Não está, não, porque fazem na
escondidinha. Eu solicito que os senhores acessem o site da Prefeitura ou o site
da Câmara de Vereadores para saberem se esse Decreto está lá. Decreto nº14.459
- que diz respeito à planilha de custos das passagens de ônibus de Porto
Alegre. Então, vamos modificar esse outdoor,
vamos alterar esses outdoors que
estão pela Cidade com essa balela; com essa balela de dizer que governam para
os pequenos! Que história é essa?
Nós sabemos - aliás, eu queria
saber aqui desta tribuna - como é que vai votar a Bancada dos trabalhadores em
relação à isenção da Ulbra, pois votou maciçamente: 30 votos a 1. O povo quer
saber. Porque discursam para os pequenos e isentam os grandes. Agora, o
Prefeito vetou. Eu queria saber, o povo quer saber como é que a Bancada do
Governo vai votar agora. Porque a lógica governista é discurso para os pequenos
e aliança com os grandes. Fica aqui o nosso registro.
E eu quero fazer um apelo ao
Presidente da CUTHAB e também ao Ver. Carrion, que é tão zeloso: marquem uma
reunião para a gente discutir isso, acho esse um tema de alta relevância; botar
o custo do pró-labore, da vassoura, do uísque, da carne no preço da passagem
não está correto. O trabalhador não pode pagar isso! Essa conta não pode ir
para o trabalhador! Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. Carlos Pestana está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. CARLOS PESTANA: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, esses dias eu fui ao cinema assistir a uma comédia sobre um homem
que estava apaixonado por uma mulher. Todas as noites, ao dormir, ela esquecia
o que acontecia durante o dia, e, todas as manhãs, ele voltava a encontrar a
mulher para declarar o seu amor, a sua paixão. Algumas pessoas poderiam
perguntar o que é que tem isso a ver com a minha presença nesta tribuna.
Talvez, sem o entusiasmo dos homens e mulheres apaixonados, eu venha a esta
tribuna me sentindo um pouco no papel daquele homem: todos os dias tenho de vir
a esta tribuna para reafirmar algumas coisas que estamos fazendo pela Cidade.
Os jornais de hoje noticiam que
Porto Alegre foi escolhida entre 24 cidades do mundo inteiro como a Capital do
futuro, a Capital que tem a maior capacidade de investimento no nosso País. Isso
não é registrado por aqueles que constantemente vêm à tribuna dizer que Porto
Alegre tem o IPTU mais caro, tem o ISSQN mais caro, que é uma Cidade que está
afugentando seus investidores. Pois bem, está nos nossos jornais de hoje, não
escolhida por nós, escolhida por uma empresa inglesa, a qual fez uma pesquisa
no mundo inteiro e chegou à conclusão de que Porto Alegre, no Brasil, é a
Capital do futuro, e só é a Capital do futuro porque hoje nós estamos
construindo o presente.
Também não posso deixar de
registrar a ousadia do meu colega Ver. Sebastião Melo, que veio aqui falar em
transporte coletivo, em preço de tarifa, quando há poucos dias houve um
quebra-quebra em Guaíba, cuja responsável foi a Metroplan, que aumentou
absurdamente as tarifas. E a coragem e a ousadia do Vereador quando se trata
desse assunto, onde está? Não se manifesta, omite-se, não fala absolutamente
nada! Foi um aumento vergonhoso da tarifa, para o qual não houve nenhum
esclarecimento real da Metroplan. E vejam o Ver. Sebastião Melo, em silêncio,
numa cumplicidade só explicável pelo seu compromisso cego e absoluto ao Governo
do Estado, pois, do ponto de vista de qualquer coerência política, não teria
nenhuma explicação, porque, ao contrário do Município, onde a gente tem a
melhor empresa de transporte do País, a Carris - que foi construída graças a
ações do nosso Governo -, o serviço de transporte no Estado, coordenado pelo
seu Governo, está um caos, está uma calamidade: é passagem cara e serviço de
péssima qualidade. Mas o Vereador que tem, às vezes, pouco compromisso com a
verdade dos fatos tem a ousadia de vir aqui falar em tarifa, em qualidade de
serviços e transportes, em que a comparação, venhamos e convenhamos, Ver.
Sebastião Melo, é amplamente favorável a este Governo, que pegou, em 1988, um
serviço de transporte quebrado, falido, e transformou-o no melhor serviço de
transporte do País. Por essas razões e mais tantas outras que V. Exª não
entende é que a população nos elegeu por 16 anos e continua acreditando que a
nossa Cidade é a Capital do futuro, que a nossa Cidade é a Capital da qualidade
de vida, que a nossa Cidade é a Capital da participação popular, e a nossa
Cidade, por 16 anos, tem merecido o apoio de nossa população. São essas razões,
Ver. Sebastião Melo, que infelizmente V. Exª ainda não entendeu, por isso tem
muita dificuldade de fazer do seu projeto um projeto para Porto Alegre. Muito
obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. LUIZ BRAZ
(Questão de Ordem): Sr. Presidente, como esta Sessão é transmitida ao
vivo pela TV, os discursos eleitoreiros não podem mais ter lugar na tribuna. Eu
acredito que, quando os nossos companheiros não tiverem nada o que falar, é
melhor não usarem a tribuna, porque colocam a Casa em risco e, inclusive, a
própria empresa que faz as transmissões para a televisão. Eu acho que o
discurso feito na tribuna, infelizmente, foi completamente equivocado com
relação à legislação.
O SR. CARLOS PESTANA: Com todo o respeito ao meu colega de Câmara, Ver. Luiz Braz, quero
registrar que o discurso da Liderança foi, nada mais, nada menos, para
registrar o que os jornais estão publicando no dia de hoje e para responder ao
meu colega, Ver. Sebastião Melo, que, no seu direito legítimo de criticar a
nossa Administração, vem fazer os seus registros. Em nenhum momento eu pautei a
discussão eleitoral, agora, é impossível nós aqui na Câmara de Vereadores não
pautarmos os assuntos que interessam à Cidade.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, a essência do Parlamento é o debate político. O fito da
Lei Eleitoral, o seu objetivo não é cercear o debate. Se eu não puder falar
sobre o transporte na Cidade, se eu não puder falar sobre as questões da
Cidade, então é melhor fechar o Parlamento em época de eleição. Eu não vou
censurar porque tenho as minhas opiniões e vou continuar emitindo-as. E a
Liderança do Governo ou qualquer outro Vereador que faça o seu juízo de valor,
porque, senão, não há como sustentar o trabalho. A não ser, então, que a gente
vá fazer Sessão só para votar nome de rua, e eu acho que isso não está correto.
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Informo aos Srs. Vereadores que às quartas-feiras
a Sessão não é transmitida ao vivo pela TV, Ver. Luiz Braz, sendo-a somente nas
segundas e quintas-feiras. De qualquer forma, eu gostaria de fazer um apelo
veemente aos Srs. Vereadores para que se observasse, à risca, a Lei Eleitoral,
que traz uma série de normas no sentido de que não se veicule pela palavra,
pela manifestação, qualquer tipo de avaliação que possa reproduzir uma
propaganda política.
Então, vou fazer um apelo aos
Srs. Vereadores, porque ao Presidente corresponde a tarefa de zelar pelos
debates. Se, na interpretação do Presidente, ele passar a entender que está-se
infringindo a Lei, infelizmente, ele será forçado a interromper o orador, sem que
isso represente nenhum ato de cerceamento à liberdade de tribuna do Vereador.
Por isso, eu apelo aos Srs. Vereadores para que nos esforcemos todos nesse
sentido.
Embora seja uma matéria complexa,
este Vereador e a Presidenta da Casa tivemos a oportunidade de estar com o
Presidente do Tribunal Regional Eleitoral, Dr. Monte Lopes, e com os
desembargadores, demonstrando ao Tribunal todo o nosso interesse em não
infringir a legislação. Por outro lado, fez-se um debate nesta Casa com o
Ministério Público e com representantes da Justiça Eleitoral no sentido de nos
informarmos a respeito das restrições que, neste período, a Lei Eleitoral impõe
aos candidatos, aos Vereadores, como é o caso da Câmara.
Então, quero fazer um apelo
veemente para que nos encartemos naquelas regras e normas, para que os Srs.
Vereadores não interfiram, não criem privilégio e não infrinjam de forma
nenhuma a Lei Eleitoral.
Ouço V. Exª, Ver. Luiz Braz.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, eu tenho certeza absoluta de que todos os Srs. Vereadores
com assento nesta Casa têm inteligência suficiente para, sem achincalhar ou
levantar loas às Administrações, debaterem qualquer assunto referente à Cidade,
tanto no campo de transporte, como no saneamento, como em qualquer campo; eu
acho que nós não estamos proibidos de falar de qualquer assunto. Do que nós
estamos proibidos nesta época, e V. Exª sabe muito bem disso, até porque possui
uma sapiência jurídica bastante grande, é fazermos esses elogios desnecessários
e duvidosos para as Administrações, ou achincalhar essas Administrações. Eu
acho que nós vamos continuar debatendo Porto Alegre, falando sobre os assuntos
de Porto Alegre, mas sem campanhas eleitorais aqui dentro do plenário.
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Feitas as manifestações, reitero o apelo para que
observemos literalmente o que dispõe a Lei Eleitoral.
O Ver. Professor Garcia está com
a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. PROFESSOR
GARCIA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, hoje, 11 de agosto, é um dia especial. Três categorias comemoram
suas datas festivas neste dia. Primeiro, hoje é o Dia do Advogado, categoria
esta que a cada dia que passa cresce em responsabilidade, cresce em zelo,
porque, na atual conjuntura estrutural da nossa sociedade, todas as pessoas
necessitam de um advogado. Então queremos, de público, em nome do nosso
Partido, Partido Socialista Brasileiro, saudar os milhares de advogados de
Porto Alegre, do Estado e do Brasil.
Também queremos fazer uma
saudação ao garçom, porque dia 11 é o Dia do Garçom. Queremos saudar - Ver.
Bosco está formando uma lei municipal - todos os garçons que no dia-a-dia
servem a nossa Cidade com aquela elegância, aquele desprendimento e
companheirismo. Isso é muito importante, porque o garçom é daquelas figuras
anônimas, mas têm uma interação com seus clientes no dia-a-dia. E é comum, e eu
já presenciei isso, algumas pessoas irem a determinados bares e restaurantes em
função do seu amigo garçom.
E também hoje é o Dia do
Estudante. Queremos parabenizar a todos os estudantes. Hoje de manhã,
assistindo a um debate entre os candidatos a Prefeito da nossa Cidade no
Colégio Maria Imaculada, pudemos ouvir a Presidenta do Grêmio Estudantil do
Colégio Maria Imaculada dizendo o que esperava do próximo processo eleitoral, mostrando
que, cada vez mais, o que se precisa na nossa Cidade, no nosso Estado é
construir essa forma de cidadania, é mostrar que a inserção dos jovens na
cidadania começa, realmente, na sua vida de aluno, quer na participação em sala
de aula para a escolha do líder de turma, quer na divisão e escolha para o
grêmio estudantil, na participação, concepção de chapas, companheirismo,
articulação, envolvimento, no saber articular junto à direção.
Então, queríamos hoje, de forma
singela, saudar esses três segmentos: o segmento dos estudantes, em todos os
níveis; dos garçons e dos advogados da nossa Cidade, do nosso Estado, do nosso
País. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. CLÁUDIO
SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, nós vemos aqui
mais um pacote de bravatas e de gabolices de Vereadores do Partido dos
Trabalhadores. Uma instituição inglesa disse que Porto Alegre está entre as 24
cidades em capacidade de investimento. Claro, ainda falta muito investimento;
nós precisamos de investimentos!
Em segundo lugar, o Ver. Carlos
Pestana só não disse que Porto Alegre duplicou o número de favelas nesses 16
anos, que Porto Alegre tem uma política de pré-escola que lhe causa vergonha e
que o Prêmio Abrinq, em futebol, se chama “jogadinha ensaiada”, já que o
presidente da Abrinq é o assessor do Presidente Lula, Oded Grajew. Aí fica
fácil! Como faz a Bancada do Partido dos Trabalhadores, um chama o outro, um dá
o aparte para o outro, um elogia o outro; assim é muito fácil fazer política!
Ele não disse, por exemplo, que a Prefeitura de Porto Alegre está incorrendo em
um crime de responsabilidade fiscal, que nos últimos 18 meses não deu um real
de aumento para os seus funcionários, sabendo-se, inclusive, que está
estampado, sem precisar qualquer tipo de interpretação na Constituição
Brasileira. Então vamos esclarecer a essa instituição inglesa as benesses
maravilhosas da cidade de Porto Alegre, ali pela Vila Farrapos, pela Av.
Voluntários da Pátria, pelo Campo da Tuca, pela Vila Pinto, pela Vila Safira,
pelo bairro Rubem Berta, por aí!
Mas eu queria vir à tribuna falar
sobre recursos de Saúde. O Ministério Público Federal deu 15 dias para que o
Ministério Público Estadual, não só depois da comunicação, cobrasse os 326
milhões de reais de recursos da Saúde. E ontem houve um debate na Assembléia
Legislativa, entre os Deputados Estilac Xavier e Janir Branco, esse do PMDB, o
qual disse (Lê o jornal O Sul de 11-8-04.): “Estamos cumprindo com o percentual
e chegando a 12,25%, pois, como fez o Governo Olívio Dutra, estamos
considerando, por exemplo, os investimentos em medicamentos” - se medicamento
não é investimento de saúde, o que é? Inclusive, esse é o maior deles.
Continuo: “recursos humanos especializados” - especialmente médicos,
contratação de novos médicos - “fiscalização e controle de alimentos” - se isso
não é da área de saúde - “proteção ao meio ambiente.”
Então foi dito que no Governo
Olívio essa inclusão de gastos havia sido feita dentro de uma lei que mudou. A
exigência legal era de 10% no Governo Olívio e, no primeiro ano, em 2000, ficou
em 4%; no segundo ano, em 4,33%; no terceiro ano, 3,32%. Rigotto é acusado de
aplicar apenas 5,6%. O debate vai continuar no Ministério Público, mas é muito
interessante a gente flagrar, a todo instante, o roto falando do esfarrapado.
Ora, a insignificância de
recursos aplicada no Governo Olívio entre 2%, 3% e 4% aumentou para 12%, foi já
aplicado quase 6% no Governo Rigotto, no ano de 2003, e agora os Ministérios
Públicos Estadual e Federal estão cobrando alguma coisa em volta de 326 milhões
para a Saúde, que o Governo do Estado acha que, dentro da Lei atual,
indiscutivelmente, ficariam em 12,6%. Isso é uma briga que será esclarecida
agora na Justiça, mas não venham com essa de dizer que Porto Alegre é a Capital
de tudo, a Capital do outdoor, a
Capital do “queremos mais”... Por favor, pelo menos um aumentinho para os seus
funcionários, os quais, há um ano e meio, há 18 meses, não vêem sua cor.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. RAUL CARRION: Exmo Ver. Elói Guimarães, demais Vereadores e Vereadoras,
todos que nos assistem, lideranças comunitárias presentes nesta tarde para
acompanhar a votação da LDO, em primeiro lugar, queríamos nos somar aos demais
Vereadores, parabenizando os advogados pelo seu dia e também parabenizando os
estudantes, pois hoje é o Dia Nacional do Estudante. Aliás, os estudantes devem
fazer, no dia de hoje, em Brasília, uma grande manifestação pela retomada do
crescimento do País que começa a ocorrer e que nós devemos consolidar cada vez
mais.
Eu queria também trazer a esta
Casa uma informação relevante sobre a política de saneamento ambiental do
Governo Lula, do nosso Ministro Olívio Dutra, que nos últimos 18 meses liberou,
Ver. Sebenelo, o equivalente a 4,3 bilhões do Fundo de Garantia e do FAT e mais
1,7 bilhões do Orçamento Geral da União, o que perfaz, Ver. Pestana, 6 bilhões
em 18 meses, enquanto que o Governo Fernando Cardoso, do Ver. Sebenelo, de 1995
a 2002, Ver. Sebenelo, liberou menos de três bilhões, ou seja, em 18 meses, o
Governo Lula já aplicou em saneamento, liberou o dobro de tudo o que o seu
Governo liberou de 1995 a 2002. É uma notícia que realmente interessa ao nosso
povo que necessita de esgoto, de água, de saneamento e assim por diante.
Outra decisão importante do
Governo é o desbloqueio dos recursos públicos para obras nos Municípios e
Estados. Até o início do Governo Lula, o dinheiro público não podia ir para os
Municípios e Estados; tinha de ser para as entidades privadas.
Queria também, Ver. Sebastião
Melo, com o maior respeito que tenho por V. Exª, questionar o seu
pronunciamento aqui na linha do Ver. Pestana. Nós não temos visto a sua
oratória, que é uma oratória veemente, inflamada, de um advogado de Tribunal de
Júri, para questionar os aumentos das passagens intermunicipais que até
quebra-quebra estão gerando. Eu não vi um único pronunciamento seu aqui, e o
problema desenvolveu-se durante dias. Mas mais, Ver. Pestana: além de o Ver.
Sebastião Melo não usar a sua oratória para questionar os aumentos abusivos da
Metroplan, o Ministério Público Estadual e o Ministério Público Federal deram
um prazo de 15 dias para que o Governo Estadual cumpra a Constituição,
destinando 10%, Ver. Dib, do Orçamento para a Saúde, e o Ver. Sebastião, que é
o Presidente da Comissão de Saúde, fez moita, Ver. Oliboni, não veio a esta
tribuna dizer nada. E o Ver. Sebenelo, que propõe CPI da Saúde aqui, fez moita
também, não disse nada, minha gente. Dá para acreditar na oratória desses dois
Vereadores? Isto aqui não é circo, Verª Sofia! Quando a gente faz uso da
palavra, tem de ser com a máxima seriedade! Até o Ver. Sebastião está rindo!
Não é possível! Então, minha gente, eu quero dizer o seguinte: é preciso que os
Vereadores da oposição venham a esta tribuna, porque eles são situação no
Estado. Apresentam-se aqui como oposicionistas, mas são situacionistas, assim
como foram situação durante os anos do neoliberalismo, que causou desemprego,
que causou a miséria do nosso povo. Então, era essa a minha manifestação, e
estranho que o Ver. Sebenelo e o Ver. Sebastião não tratem dos problemas da
Saúde e dos problemas do Transporte no Governo do Estado. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. Carlos Pestana, na condição de Líder de
Bancada, requer Licença para Tratamento de Saúde para a Verª Margarete Moraes
no dia de hoje. Com atestado médico, está formalizado o pedido.
Presente, já tomou posse
formalmente o Ver. Adeli Sell. Invista-se V. Exª das prerrogativas da
titularidade, e V. Exª passa a pertencer à Comissão de Constituição e Justiça.
Requerimento de autoria do Ver.
Elias Vidal solicitando votação em destaque para as Emendas nº 21 e nº 22 do
PLE nº 018/04 - LDO.
Requerimento de autoria do Ver.
Carlos Pestana solicitando votação em destaque para a Emenda nº 300 do PLE nº
018/04 - LDO.
O Ver. Elias Vidal está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ELIAS VIDAL: Sr. Presidente, Ver. Elói; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
senhores que se encontram nesta Casa, gostaria de registrar o meu muito
obrigado ao Líder da minha Bancada, Ver. Cassiá Carpes, por ceder-nos este
espaço nobre para que pudéssemos falar aqui nesta tribuna.
Os Srs. Vereadores têm falado
muito sobre verbas, recursos, relacionando sempre aquilo que mais interessa à
sociedade, como saúde, segurança, transporte, habitação. Eu quero chamar a
atenção dos senhores, porque nesses últimos dias saíram várias reportagens
sobre “Camelôs ilegais tomam o Centro às vésperas do Dia dos Pais”. Reportagens
que foram publicadas neste fim de semana. “Porto Alegre: ruas do Centro tomadas
por camelôs ilegais”, “Município renova convênio para o combate à pirataria”,
“SMIC inibe ação de camelôs ilegais”. Eu tenho uma posição em relação a tudo
isso. Aqui na Zero Hora do dia 7 diz assim (Lê.): “Em um único quarteirão da
Av. Borges de Medeiros, no Centro de Porto Alegre, meia centena de ambulantes
ilegais atravancava, às 15 horas de ontem” - isso na sexta - “a circulação de
pedestres. A via se tornou a nova Meca dos camelôs irregulares na Capital”.
Meca, chamou-me a atenção essa palavra.
Todos sabem que dinheiro legal,
trabalho legal é que produz riqueza, é que produz trabalho, é que espanta o
desemprego. O trabalho formal é que gera os impostos, dinheiro esse que vai
para a Segurança, para a Saúde e que dá toda a base, as condições para que o Executivo
- em nível estadual, ou municipal ou federal - possa cumprir as suas metas. Eu
confesso aos senhores que não consigo entender como Porto Alegre vem-se
tornando, agora, uma Meca de camelôs irregulares.
A pergunta é: existe camelô
regular? Os Vereadores que me antecederam nesta tribuna falaram sobre
seriedade, sobre aquilo que realmente interessa à sociedade, o que está-se
fazendo, o que é outdoor, o que é
verdade, o que é fachada. Eu só sei de uma coisa: Porto Alegre, senhores,
está-se transformando, como diz aqui o Jornal, numa Cidade desorganizada! Vem
tomando conta, cada vez mais, um mercado que para mim é criminoso e injusto!
Como pode um comerciante que paga seu aluguel com dificuldade, como pode um
comerciante que arca com todos os tributos, com todas as cargas trabalhistas,
disputar com alguém, na calçada, que não recolhe nada de tributos?
Como pode uma Cidade na qual se
fala tanto em “Cidade do futuro”... Eu não quero Cidade do futuro! Eu quero
também uma Cidade do presente! Eu sou um pouco egoísta: quero uma Cidade melhor
para os meus dias! Quero para os meus netos, mas também quero para mim!
Então, senhores, uma Cidade cujo
Centro vem-se tornando um grande feirão, um grande camelódromo, uma grande
Meca, como diz aqui o Jornal, nisso aí não existe “será Cidade do futuro”,
porque não haverá dinheiro! O mercado informal gera pobreza, gera desemprego!
Como posso ser conivente com um tipo de mercado que é abastecido por cargas
roubadas, por arrombamento a lojas? Como posso permitir isso? Vou dizer aos
senhores que até sou contra um shopping
de camelôs. Está aqui o nosso ex-Secretário da SMIC, Ver. Adeli Sell, e digo
que sou até contra isso. Porque, então, eu poderia pensar numa grande feira só
de carros roubados, eu poderia pensar numa grande feira de objetos roubados -
celulares, relógios, CDs - e assim por diante. Sou contra tudo isso!
Acredito que o mercado tem de ser
formal! Deve haver, por parte dos administradores desta Cidade, e dos que
virão, um empenho para que todas essas pessoas que estão trabalhando de forma
irregular entrem para o mercado formal, para que tenham 13º salário, férias,
vale-transporte, tíquete-alimentação!
Então, senhores, não posso
concordar que se fale tanto em “Cidade do futuro” e que não se tenha dinheiro
para tirar os meninos das ruas! Há tantas crianças aí cheirando loló, drogas! A
Cidade transformou-se num albergue, as praças estão lotadas de pobres e
miseráveis! Não que eles não mereçam consideração e respeito; merecem, sim! Mas
diz-se que não há dinheiro, e o Orçamento da Secretaria de Ação Social é de 65
milhões/ano; de cada dez crianças, sete ficam na rua, apenas três são
contempladas com uma creche. Então, como posso concordar em se falar tanto em
“Cidade do futuro”?
Senhores, acho que fica como uma
reflexão para todos nós, fala-se tanto em uma “Cidade do futuro”, quando o
futuro depende tanto do presente. Obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
A SRA. CLÊNIA
MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, eu queria aproveitar este tempo de Liderança para comentar a
importância das atividades desenvolvidas pelo Movimento Estudantil na nossa
Cidade. Hoje é o Dia Nacional do Estudante, dia no qual as lideranças jovens
estudantis deste País organizaram as suas legítimas manifestações democráticas
na garantia dos direitos dos estudantes, recordando as conquistas do processo
democrático brasileiro. Eu tive a oportunidade de participar das comemorações do
Dia do Estudante e dos debates colocados em pauta pela juventude estudantil
brasileira. Hoje também se comemoram em Porto Alegre os 20 anos da conquista do
passe escolar. Uma conquista advinda de ampla mobilização e debate dos
estudantes, debates que foram mesclados por várias manifestações ao longo dos
últimos anos.
Evidentemente, não poderíamos
falar do Dia do Estudante sem nos reportarmos a uma importante discussão
realizada hoje pela comunidade escolar, pelas universidades e por todos aqueles
que têm preocupação com a ampliação do espaço da juventude brasileira nos
bancos universitários. Está em pauta o debate sobre a Reforma Universitária. Eu
acho que esse debate não pode se restringir apenas aos professores, aos alunos
e aos funcionários da universidade. Neste Dia do Estudante é importante que
todas as instituições democráticas que procuram o empoderamento, o conhecimento
e o acesso da população ao mundo do ensino, ao mundo do conhecimento e da
tecnologia...é necessário que nos coloquemos ao lado daqueles que buscam a
ampliação da participação dos estudantes oriundos da escola pública nos bancos
universitários.
Nesta Casa, nós já aprovamos uma
lei que, infelizmente, ainda não foi cumprida pela Prefeitura Municipal de
Porto Alegre que se refere à garantia de fortalecimento dos cursos para a
população juvenil de baixa renda, para que ela possa criar condições de acesso
aos cursos pré-vestibulares e possa, assim, se apropriar com mais condições dos
conhecimentos, o que viria necessariamente a facilitar o ingresso da juventude
que, infelizmente, por falta de acesso aos cursinhos, às escolas
especializadas, aos cursos particulares e de idiomas, aos cursos
profissionalizantes na área de tecnologia, da informação, disputa, em condições
de desigualdade, o acesso à universidade pública brasileira. Evidentemente,
esse debate tem de vir também acoplado à luta pela garantia do ensino de
qualidade na universidade pública.
Neste dia do estudante, em que as
entidades estudantis, os grêmios estudantis, as uniões dos estudantes pautam o
debate do acesso do estudante da escola pública à universidade, considerei, Sr.
Presidente, importante que esta Casa não deixasse passar em branco esse debate
e colocasse como uma das suas preocupações o acesso da juventude brasileira, filhos
de família de baixa renda aos bancos da universidade pública deste País.
(Não revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE
(Ervino Besson): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós nos encontramos no mês de agosto,
e o mês de agosto diz muito para a história contemporânea e para a história
brasileira. Dentro de alguns dias mais, Porto Alegre, o Rio Grande, o Brasil
estarão reverenciando umas das figuras mais extraordinárias - e eu me atreveria
a dizer - da vida pública e da história brasileira: Getúlio Dornelles Vargas.
Essa figura mais extraordinária, no dia 24 de agosto, esta Casa estará
homenageando. Getúlio Vargas deu a sua vida em sacrifício do povo brasileiro e
foi levado ao suicídio. A maior tragédia da história política brasileira está
consubstanciada no fato ocorrido há 50 anos, quando Getúlio Vargas, frente aos
detentores do poder econômico internacional, teve de desferir um tiro sobre o
próprio peito, acusado das mais torpes e violentas acusações que se abateram
sobre um homem público na história brasileira, e 50 anos depois ele é
reverenciado. É, indiscutivelmente, a figura mais importante da história
brasileira que esta Casa, no dia 24 de agosto, estará homenageando.
Getúlio Vargas, queira ou não, é
o maior lutador pela liberdade e pela emancipação do povo e da pátria
brasileira, no entanto foi levado ao suicídio. E muitas dessas forças
conservadoras, reacionárias, atrasadas, comprometidas com o capital internacional
ainda estão presentes na vida pública brasileira. As mesmas forças que levaram
o Presidente Vargas ao suicídio, agora, articulam-se sobre as mais variadas
formas, para serem, novamente, os herdeiros da tradição e da imagem do
Presidente Getúlio. E a imagem do Presidente Getúlio Vargas, que estaremos
reverenciando dentro de mais alguns dias num ato em sua memória em Porto
Alegre, São Borja, Rio de Janeiro, São Paulo, está ligada a duas figuras
extraordinárias da vida pública brasileira: João Goulart e Leonel Brizola.
Leonel Brizola falta na vida política brasileira, homem que tem uma história de
coerência, que soube e teve a sensibilidade de se aliar ao Partido Comunista
Brasileiro, ao Partido Comunista do Brasil, nos seus tempos de luta, nos seus
tempos heróicos.
Infelizmente, hoje nós
assistimos, tristemente, a esses segmentos, todos, comprometidos e aliados a
quem? Ao neoliberalismo. E vem o Ver. Raul Carrion, do PCdoB, falar em
liberalismo. Não tem autoridade quem tem um Henrique Meirelles à frente do
Banco Central, em conivência com os interesses mais conservadores e retrógrados
da vida política nacional! Os senhores estão comprometidos com o capital
internacional! Os senhores estão comprometidos com o neoliberalismo!
Infelizmente, essa é a frustração do povo brasileiro, que elegeu Lula. E hoje
Lula, ao lado dessas forças sedizentes de esquerda, a reboque do PT, faz o jogo
do neoliberalismo. Ver. Raul Carrion, V. Exª, nesta Casa, faz o jogo do
neoliberalismo. E hoje, com propriedade, o Senador Pedro Simon, cuja história
merece respeito, pede a cabeça do representante do capital internacional no
Governo Luiz Inácio Lula da Silva, Sr. Henrique Meirelles. Agora, querem também
os outros segmentos. O Senador Sérgio Zambiasi infelizmente no Rio Grande está
silente, quer trazer para o Rio Grande aquele que apoiou o Collor, o Sr.
Roberto Jeferson, para reverenciar Getúlio. Para homenagear e reverenciar o Dr.
Getúlio, ninguém tem o monopólio, é verdade, mas a história fará justiça,
sobretudo a Leonel de Moura Brizola, que ficou solitário na sua defesa, que
ficou solitário na sua luta. E em nenhum momento recuou, inclusive recentemente
na denúncia ao Governo Luiz Inácio Lula da Silva, que serviu - e de cócoras -
para o capital internacional.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO ANTONIO
DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, eu que fui o primeiro Vereador a utilizar o tempo nesta tribuna -
faltam três minutos para as 4h - pediria que não utilizássemos a Pauta, para
que pudéssemos, desde logo, entrar na Ordem do Dia, porque precisamos votar
dois Vetos e também votar a Lei de Diretrizes Orçamentárias. Mas eu também não
sou de ferro, ouço os Vereadores que ocupam esta tribuna e também tenho de
analisar o que é dito.
Estou
cansado de ouvir dizer que Porto Alegre é a Capital de melhor qualidade de
vida, a melhor Cidade do Brasil, a melhor Cidade do mundo. E fico triste,
porque ela não é e eu queria que fosse; eu não queria publicidade em cima do
fato, queria que ela fosse a melhor Cidade do Brasil. Que o melhor SUS do
Brasil é em Porto Alegre, eu também queria que fosse. Preferia não receber
telefonemas de pessoas procurando hospitalização. Portanto, não posso ouvi-los
aqui com a tranqüilidade que me caracteriza. E engenheiro gosta de números...
A
Lei Orgânica do Município, que não é respeitada, diz em seu art. 157 o que diz
a Constituição: “A saúde é direito de todos e dever do Poder Público, cabendo
ao Município, com a cooperação da União e do Estado, prover as condições
indispensáveis a sua promoção, proteção e recuperação”. A Dona Elma, uma amiga
minha, poderá dizer que faz horas que estamos tentando hospitalizar uma
pessoa... Mas também a Lei Orgânica diz que o montante das despesas com Saúde
não será inferior a 13% das despesas globais do Orçamento anual do Município.
Enquanto eu olhei e enquanto o Tribunal de Contas devolveu as contas da
Prefeitura, eles não chegaram aos 13% do Orçamento global, agora eles publicam
que gastam 18%, e eu aceito.
Mas
há uma coisa que ninguém conseguiu me explicar ainda: o Ministério da Saúde,
muito eficiente em seus relatórios, os quais podemos ler em quase todas as
nossas Sessões, nos avulsos que nos são distribuídos, mostra que vem dinheiro
do SUS para Porto Alegre. E eu, com aquela paciência que devem ter as pessoas
que querem encontrar a verdade - e eu não encontrei a verdade ainda -, somei,
no ano passado, 427 milhões de reais encaminhados à Prefeitura de Porto Alegre.
Para que não haja erro, para que não haja engano, leio as ordens bancárias
(Lê.): “Cidade: Porto Alegre; Entidade: Prefeitura Municipal; Cadastro: nº tal;
População da Cidade: 1 milhão e 384 mil habitantes”. E encaminharam, segundo o
Ministério da Saúde, em ordens bancárias, com número cada uma delas, 427
milhões de reais para Porto Alegre, mas o balanço da Prefeitura apresenta 251
milhões de reais. Ninguém me explicou - e eu não estou dizendo que haja
desonestidade, não estou fazendo denúncia nenhuma - onde é que estão os outros
176 milhões que entraram em ordem bancária para a Prefeitura Municipal.
Como eu já falei tantas vezes
nesta tribuna - e onde eu pude falar, falei - e ninguém me respondeu, continuo
perguntando: onde estão os 176 milhões de reais? Porque é difícil eu ficar a
tarde inteira aqui ouvindo informações e mais informações, verdades e mais
verdades - e eu não sei quais são as verdades. Está aqui o nosso amigo André
Passos, provavelmente eu vou ter uma resposta satisfatória em relação a esse
dinheiro, porque uma ordem bancária, se é em nome da Prefeitura, deveria ser
contabilizada no Orçamento da Prefeitura, se tiver de distribuir para mais
alguém, que o faça. Mas, por enquanto, a ordem bancária é numerada, tem destinatário
certo e definido, que é a Prefeitura Municipal da cidade de Porto Alegre, que
tem 1 milhão e 384 mil e mais alguns habitantes, segundo o Ministério da Saúde.
Saúde e PAZ!
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Apregôo Requerimento do Ver. Sebastião Melo, que
solicita a retirada do pedido de destaque às Emendas nº 211 e 284 do PLE 018/04
- LDO.
O Ver. Reginaldo Pujol está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. REGINALDO
PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é natural que,
nesta Casa política, as opiniões que são trazidas a esta tribuna sejam, às
vezes, aparentemente conflitantes; isso não surpreende ninguém, dada a confusa
situação em que se encontra hoje a vida pública nacional. Em verdade, o que se
observa é uma orquestração de Sul a Norte que busca fazer um crescimento
mediático, eis que só é colocado nos programas de televisão, nas rádios e nos
jornais, e não vivenciado pela comunidade. Quem vê as manchetes dos jornais dos
últimos tempos pode até ficar tomado pela euforia de achar que este País está
conhecendo, finalmente, o espetáculo do crescimento preconizado e anunciado
pelo Presidente da República há muito tempo. Mas quem cair nos números e, mais
ainda, quem cair na realidade, quem conversar com o povo, quem conversar com
vários segmentos econômicos que constituem todo o contexto social desta Nação
vai verificar que realmente nós estamos tentando estabelecer uma euforia de
ficção neste País, com objetivos claramente eleitoreiros.
Nós ficamos aqui observando
pronunciamentos intensos, alcunhando determinadas situações como fruto do
neoliberalismo, quando, em verdade, hoje, o que nós observamos não é nem a
prática neoliberal, nem a liberal, nem a social-democrata. O que nós estamos
verificando é a prática da incompetência de quem chegou ao Governo sem um
projeto definido, claro, e que teve de assumir projetos de terceiros, até mesmo
daqueles a quem se antepunham de forma violenta, e que, obviamente, não está
conseguindo executar com a competência que teria de ser executado um projeto
que não é seu, que foi assumido constrangidamente,
Esta Nação está envolvida nesse
quadro que nós estamos verificando. Alega-se, por exemplo, que houve um
acréscimo de pessoas com carteira assinada no País e que isso seria um sintoma
da retomada do crescimento. Ora, todas as pessoas que anunciadamente neste
primeiro semestre conseguiram ver as suas carteiras assinadas, todas elas
somadas não representam 40% do número de pessoas que perderam o emprego no
primeiro ano da administração do Luiz Inácio Lula da Silva. Então, no máximo, o
que nós estamos vendo é uma tentativa de retomar a base anterior em que o País
se situava quando se instalou este Governo com propostas de mudanças. Mudanças
que não ocorreram, porque se manteve integralmente a política econômica,
agravou-se mais ainda a política econômica, aumentaram-se os percentuais de
verdadeiro confisco que existe na economia para pagamento dos débitos externos
- feitos hoje em valor muito superior aos que eram feitos no Governo Fernando
Henrique, que tinha muito mais habilidade, muito mais capacidade para negociar
com a banca internacional do que a que está sendo demonstrada pelo atual
Governo, absolutamente submisso às regras e às imposições do Fundo Monetário
Internacional e de outros organismos.
Então, eu quero acentuar muito
claramente o seguinte: eu ouvi discursos passando o apelido de liberal,
neoliberal para uns e para outros. Eu sempre fui liberal, não tenho por que
receber um apelido, porque a minha posição é muito claramente exposta. Há gente
aqui que não sabe o que diz até, tal a confusão de falsos estigmas. O que é
real e o que é verdadeiro é que o Brasil só vai bem na euforia do Presidente da
República, numa mídia comprometida a dar uma exaltação de uma situação
inexistente, porque aqueles veículos independentes deste País não se cansam de
afirmar a frustrante realidade dos primeiros 18 meses da administração Luiz
Inácio Lula da Silva, muito longe de estar de acordo com as expectativas que
gerou e, muito antes pelo contrário, criando verdadeiro desalento, desesperança
e, sobretudo, frustrações. Era isso, Sr. Presidente.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. SEBASTIÃO MELO
(Requerimento): Sr. Presidente, lastreado nos pronunciamentos do
Líder do Governo, Ver. Carlos Pestana, e do também representante do Governo,
Ver. Raul Carrion, requeiro a esta Mesa que sejam informados, com cópias dos
respectivos documentos comprobatórios, os recolhimentos de taxas de
administração que as empresas de transporte público, por lei, devem repassar para
a Prefeitura de Porto Alegre. Vou protocolar, V. Exª.
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): V. Exª está, na forma regimental, requerendo por
escrito.
Havendo quórum passamos à
(encaminhamento: autor e
bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. N.º 4237/03 – VETO TOTAL ao PROJETO DE LEI
DO LEGISLATIVO N.º 261/03, de autoria do Ver. Cláudio Sebenelo, que denomina Rua Tucano um
logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Rubem Berta.
Parecer:
- da CCJ.
Relator Ver. Reginaldo Pujol:
pela rejeição do Veto Total.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art.
77, § 4º, da LOM;
-
votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;
-
incluído na Ordem do Dia em 30-06-04.
Na
apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM
– aprova o Projeto, rejeita o Veto;
NÃO
– rejeita o Projeto, aceita o Veto.
-
Trigésimo dia: 03-08-04 (terça-feira).
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Em votação nominal o PLL nº 261/03. O Ver. Cláudio
Sebenelo está com a palavra para encaminhar o PLL nº 261/03, com Veto Total.
O SR. CLÁUDIO
SEBENELO: Evidentemente, este Veto não tem as razões
alegadas, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, porque a alegação de que nomes de
rua devem ser nomes de pessoas ou que os nomes de ruas não-cadastradas no
processo tenham de ter a consulta à comunidade - o que foi feito, inclusive o
que gerou uma nova posição da Comissão de Constituição e Justiça...
Nós queremos ler o Projeto de Lei
do Executivo que denomina Rua Caracol do Campo, Rua Grandiúva, Rua Gravatá, Rua
Calhandra, Rua Pé-de-Deus, Rua Begônia, Rua Ipê Amarelo, Rua Guamirim, Rua
Caapororoca, Rua Goiabeira, Rua Aroeira, Rua Cambará - logradouros
não-cadastrados localizados no Loteamento Cavalhada. Pois, se houve uma mudança
da Comissão de Constituição e Justiça aprovando o Projeto, o Veto do Sr.
Prefeito... Inclusive alegando-se, neste Veto, que não está-se usando nome de
pessoas para o nome dessas ruas... Portanto, o nome de constelações não pode
ser usado para nominá-las, aqui também não são nomes de pessoas. E o próprio
Executivo diz, segundo a minha crença mais avalizada e segundo a palavra
honrada da Verª Helena Bonumá, que houve discussão com a sociedade, eu aceito
esse argumento, mas quero que aceite também o meu.
Então, eu acho que esta Casa está
assistindo, no limite, ao desrespeito das estruturas executivas da Prefeitura
ao Legislativo Municipal. Veta-se agora qualquer coisa, especialmente qualquer
coisa que partir deste Vereador. Assim, eu peço inclusive à Bancada do Partido
dos Trabalhadores que - num sentimento não só meu, mas da Câmara Municipal -
rejeitem este Veto, e vamos passar para um novo contrato de relações entre o
Executivo Municipal e o Parlamento Municipal. Acho que isso em nada constrói, e
“se não foi você, foi o cordeiro seu pai”. Então, evidentemente, esse tipo de
postura, inclusive vetando nome de rua, rua não-cadastrada, dentro... Eu queria
que a Bancada do PT não esquecesse que, dentro em breve, vão precisar, para a
aprovação de muitos Projetos nesta Casa, de votos da oposição; e aí nós vamos
lembrar que fomos vetados pelo Executivo, talvez numa prerrogativa das mais
caras para este Legislativo.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para
encaminhar a votação do PLL nº 261/03, com Veto Total.
O SR. REGINALDO
PUJOL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, o experiente Ver. João Dib, antes de eu assumir a tribuna,
comentava comigo que nós estaríamos perdendo tempo discutindo esta matéria e
que deveríamos votar de uma vez, afirmando nossas posições. Eu vou lhe pedir
desculpas, Ver. Dib, mas acho que, por dever de consciência, eu, antes de
votar, tenho de fazer um depoimento, e V. Exª me inspira muito a fazer este
depoimento.
Quando voltei para esta Casa, em
1996, a primeira coisa que comecei a fazer foi uma centena de Pedidos de
Providências, porque eu era acostumado com a realidade de Porto Alegre, e V.
Exª me disse que eu estava perdendo tempo, que o mundo tinha mudado, que agora
o PT não aceitava Pedidos de Providências, jogava eles, todos, e remetia para o
Orçamento Participativo. Eu não acreditei como verdade, insisti e acabei
reconhecendo que V. Exª tinha razão: é perda de tempo fazer Pedidos de
Providências, porque eles são simplesmente ignorados pelo Poder Executivo.
Agora, Ver. Dib, e aí a necessidade do meu depoimento, nós estamos atingindo o
máximo, estamos aqui, Vereadores, condenados pela opinião pública a não termos
um trabalho de maior ressonância, na medida em que os nossos Projetos são
sistematicamente vetados, Ver. Elói Guimarães, na pior das condições, pois nem
nome de rua nós vamos ter condições de oferecer à Cidade, salvo se o nome da
rua for do agrado do Chefe do Poder Executivo e da sua equipe.
Não tem o menor sentido este Veto
que foi dado ao Projeto do Ver. Sebenelo, especialmente porque, como bem ele
falou aqui da tribuna, coincide este Veto com proposta do Executivo,
praticamente na mesma linha do que ele oferece, em vez de apresentar nomes de
pessoas, está apresentando nomes de árvores, como, por exemplo, caapororoca, se
não me engano. E dizem o seguinte: “Olha, o Governo consultou a opinião pública
antes de fazer a apresentação desses Projetos". Mas o Ver. Sebenelo também
consultou; a consulta está juntada nos autos. Eu, inclusive, num primeiro
momento, na Comissão de Justiça, manifestei-me contrário, exatamente porque não
sabia da aquiescência popular. Aliás, eu tenho andado pelas vilas e vejo o
desespero que as pessoas têm sabendo que continuam morando na rua C, D,
travessa H, Y, J, K, que nem o correio chega nas suas casas.
Então, Ver. Sebenelo, para
desagrado de alguns companheiros que queriam maior velocidade, eu me senti no
dever de fazer este registro. Há pouco, um colega me perguntava se nós tínhamos
matéria importante para votarmos hoje de tarde, aqui na Casa. E eu dizia:
"Olha, nós temos matéria mais do que importante, porque, além de votarmos
a LDO, que é importantíssima, nós temos de enfrentar este Veto que é um ícone à
intolerância". Porque é desbragadamente vetada qualquer coisa que aparecer
na frente do Prefeito. Aliás, há coisas que a gente combina aqui na Casa,
aprova em conjunto, o próprio PT vota conosco, e depois vem um Veto cheio de
razão. No caso concreto, as razões são pífias, não podem sobreviver, não
subsistem! Acho que, se nós não reafirmarmos a nossa posição a favor do
Projeto, não denegarmos este Veto, nós estaremos fazendo um capitis diminutio absoluto para a ação
legislativa. E espero, sinceramente, que entre os nossos companheiros
Vereadores, presentes aqui em número de 29, haja 17, no mínimo, capazes de
reafirmar o Projeto e, com isso, salvar, ainda que palidamente, um pouco dessa
competência legislativa tão diminuída nos últimos momentos, tão diminuída nos
últimos tempos.
E nós, certamente, não podemos
nos conformar com isso. Daí o nosso depoimento, daí o nosso protesto, daí a
nossa manifestação, até como um descargo de consciência de quem envelheceu
neste Parlamento e não quer vê-lo desmoralizado, não quer vê-lo enfraquecido,
não quer vê-lo sem função, não quer vê-lo humilhado e não quer vê-lo,
sobretudo, sem condição de cumprir as mínimas prerrogativas que a Lei Orgânica
nos estabelece. Era isso, Sr. Presidente.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói
Guimarães): Em votação nominal o PLL nº 261/03. (Pausa.) (Após
a apuração nominal.) APROVADO o Projeto por 17 votos SIM e 10
votos NÃO. Rejeitado o Veto.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e
bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. N.º 4239/03 – VETO TOTAL ao PROJETO DE LEI
DO LEGISLATIVO N.º 262/03, de autoria do Ver. Cláudio Sebenelo, que denomina Rua Triângulo um
logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Rubem Berta.
Parecer:
- da CCJ.
Relator Ver. Nereu D’Avila: pela
manutenção do Veto Total.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art.
77, § 4º, da LOM;
-
votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;
-
incluído na Ordem do Dia em 30-06-04.
Na
apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM
– aprova o Projeto, rejeita o Veto;
NÃO
– rejeita o Projeto, aceita o Veto.
-
Trigésimo dia: 03-08-04 (terça-feira).
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Em discussão o PLL nº 262/03, com Veto Total. O
Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o PLL nº 262/03, com Veto
Total.
O SR. REGINALDO
PUJOL: Sr. Presidente, eu não pretendo nem discutir nem
encaminhar esta matéria, porque repetiria os fundamentos da matéria anterior.
Feito este registro, abro mão de qualquer possibilidade de discutir a matéria
ou encaminhá-la.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Recolho a manifestação de V. Exª como discussão.
O SR. JOÃO ANTONIO
DIB: Vereador-Presidente, na linha do Ver. Reginaldo
Pujol, eu também não discuto, nem encaminho, mas desejo dizer que é uma
intromissão inacreditável do Poder Executivo no Legislativo, que, nas suas
Comissões, aceitaram os dados fornecidos pelo Ver. Sebenelo.
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Não há mais quem queira discutir o PLL nº 262/03.
Em votação nominal o PLL nº 262/03. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO
o Projeto por 15 votos SIM e 10 votos NÃO. Aceito o Veto.
Eu gostaria de pedir a audiência
do Plenário para vermos a possibilidade de um acordo no que diz respeito à
votação da LDO, face ao número de Emendas e destaques à matéria. Se há clima de
entendimento nesse sentido, eu suspendo a Sessão por cinco minutos, do
contrário, teremos de iniciar a discussão e votação.
O SR. REGINALDO PUJOL
(Questão de Ordem): Excelência, não posso responder por todos. Eu
sempre estou aberto para buscar o entendimento. Lamento que o Ver. Garcia -
Relator da matéria que, de forma drástica, impugnou noventa e tantos por cento
das Emendas propostas, sem nenhuma justificativa - não esteja presente, porque
poderia auxiliar muito na nossa composição aqui. É impossível fazer uma
composição quando, de 300 Emendas, restaram aprovadas trinta e poucas Emendas.
O SR. CARLOS PESTANA: Presidente Elói, eu queria fazer uma sugestão de encaminhamento desta
votação, que a gente, neste primeiro momento, vote o Relatório, que foi
aprovado, se não me engano, por unanimidade na Comissão de Orçamento desta
Casa. Feita a aprovação do Relatório, ou seja, o Projeto e as Emendas já
aprovadas ali, aí, sim, reuniríamos as Lideranças para organizar a votação
daquelas Emendas que foram rejeitadas, mas que todas elas, pelo que estou
informado, foram destacadas.
Então, a gente votaria neste
primeiro momento, de imediato, o Relatório, e, no segundo momento, reuniríamos
as Lideranças para discutir a questão das Emendas que foram rejeitadas e
destacadas.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, cabe informar a esta Presidência que a Presidenta da
Casa convocou uma reunião específica para esse fim no início desta semana, da
qual participei na sua inteireza. Lá ficou estabelecido que hoje, por volta das
13h, 13h30min, reuniriam um grupo de Vereadores para tentar fazer o
encaminhamento sobre esta matéria. Estive no horário aprazado, lá estavam o
Ver. Carrion e o Ver. Pestana, e os outros Vereadores não participaram, razão
pela qual não logrou êxito aquilo que nós havíamos combinado, porque isso que
nós vamos tratar agora já podia ter sido vencido hoje à tarde. Combinou-se e
acabou não se realizando.
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Eu proponho que se suspenda a Sessão por cinco
minutos, que nos reunamos na sala da Presidência para tentarmos um entendimento
e uma forma no sentido de vencer a presente matéria.
O Ver. Dr. Goulart tem uma
questão pertinente?
O SR. DR. GOULART: Não é pertinente Sr. Presidente, mas eu tenho de pedir um minuto de
silêncio, porque acaba de falecer o Professor Luiz Quartieri, que tantas vezes
representou aqui o Secretário Fortunati. Passou por alguns Partidos da nossa
Cidade e terminou agora a sua vida política no PDT. O Professor Luiz Quartieri
veio a falecer há poucos minutos no Hospital Universitário da PUC.
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Deferimos o pedido.
(Faz-se um minuto de silêncio.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Submeto a sugestão nos seguintes termos:
suspendemos por cinco minutos, reunimo-nos na sala da Presidência, convocando
as Lideranças e aqueles que da reunião entenderem de participar, para que
montemos exatamente o processo a desenvolver no que diz respeito à votação da
Lei de Diretrizes Orçamentária, Emendas, etc.
Suspendo por 15 minutos a Sessão,
convocando os Srs. Vereadores e Lideranças para uma reunião no gabinete da
Presidência. Estão suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se os trabalhos às 16h35min.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães – às 16h55min): Estão reabertos os
trabalhos.
Pediria a atenção dos Srs.
Vereadores. Há um entendimento parcial feito junto às Lideranças no sentido de
votarmos o texto e as Emendas aprovadas. Os destaques produzidos estão sendo
objeto de negociação.
DISCUSSÃO GERAL E
VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. N.º 3006/04 -
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 018/04, que dispõe sobre as
diretrizes orçamentárias para 2005 e dá outras providências. Com Emendas n.os 01 a 299.
Parecer:
- da CEFOR.
Relator Ver.Professor Garcia:
pela aprovação do Projeto e das Emendas n.os 01, 04, 05, 07 a 20,
25, 39, 40, 47, 62, 65, 70, 77, 84, 92, 93, 96, 109, 114, 137, 145, 147, 151,
158, 159, 162 a 164, 170, 173, 175, 185, 191, 221, 222, 258 e 284; pela
rejeição das Emendas n.os 02, 03, 06, 21 a 24, 26 a 38, 41 a 46, 48
a 61, 63, 64, 66 a 69, 71 a 76, 78 a 83, 85 a 91, 94, 95, 97 a 108, 110 a 113,
115 a 136, 138 a 144, 146, 148 a 150, 152 a 157, 160, 161, 165 a 169, 171, 172,
174, 176 a 184, 186 a 190, 192 a 220, 223 a 257, 259 a 283, 285 a 299.
Observações:
-
quorum para aprovação: maioria simples de votos, presente a maioria absoluta
dos Vereadores - art. 53, “caput” c/c art. 82 da LOM;
-
incluído na Ordem do Dia em 09-08-04.
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Em discussão o PLE nº 018/04. O Ver. Sebastião Melo está com a palavra
para discutir o PLE nº 018/04.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, dos
encaminhamentos feitos do Executivo ao Legislativo, considero a Lei de
Diretrizes Orçamentárias das peças mais importantes, pois baliza depois o
Orçamento da Cidade, momento em que o gestor poderá traduzir o discurso na
prática, qual seja: se eu sou a favor da Saúde, eu tenho de colocar dinheiro na
Saúde; se eu sou a favor da educação do trânsito, eu devo privilegiar a
educação do trânsito; se eu sou a favor de tratar o esgoto, eu tenho que
colocar dinheiro nessa rubrica orçamentária.
Eu quero dizer aqui, alto e bom
som, que esta Casa tem dado um cheque em branco para a Prefeitura na lei
orçamentária. A Prefeitura tem feito pior do que fez o Governo do Figueiredo e
o Governo dos Militares com os seus decretos-leis e depois medidas provisórias,
quando suplementa o que quer e do jeito que quer a questão do Orçamento! E eu
vou dar exemplos. Hoje, como o Orçamento é votado na Cidade, Ver. Sebenelo,
permite o orçamento quero-quero. Como é o orçamento quero-quero? Eu digo que
vou fazer isso e faço aquilo, porque eu digo que vou gastar na obra da Restinga
e, no meio do caminho, entendo que tenho de gastar em propaganda. Eu vou lá,
faço o decreto, publico e boto dinheiro na propaganda.
O nosso gabinete apresentou mais
de 160 Emendas, em dois eixos. Um, para colocar freio a essa questão, Ver.
Braz, porque, se não colocar na LDO, quando chegar o Orçamento, hão de dizer:
“Não se pode balizar a suplementação, porque não estava na LDO”. Então, um dos
eixos das nossas Emendas diz respeito a essa questão. Quero dizer que não há
problema, são quatro anos de mandato, são três anos que não levamos as Emendas.
Poderão ser seis, sete, não há problema, mas não vou abrir mão daquilo que foi
o eixo do nosso mandato, que é fiscalizar, pois o exercício da Vereança acima
de tudo é fiscalizar. E uma Casa que não fiscaliza é uma Casa que perde o seu
poder e que é caudatária. Ela fiscaliza quando bota freio no Executivo, de
forma legítima.
O outro eixo é sobre questões
envolvendo todo o discurso. Eu peguei tudo aquilo que o Orçamento Participativo
tem debatido nesta Cidade e não tem levado e transformei em Emendas da LDO. Eu
gostaria de ver, nesta tribuna, a Liderança do Governo dizer que as Emendas que
eu coloquei aqui são ilegítimas, porque todas elas são promessas que o Governo
fez ao longo dos anos, especialmente à comunidade que aqui está, da Vila
Pellin, que pediu que eu desse atenção a uma Emenda que não é da minha autoria,
solicitando que retirasse o Destaque da Emenda sobre a questão da duplicação da
Av. Wenceslau Escobar.
Eu quero dizer a vocês que vou
retirar o Destaque, mas não posso deixar de fazer uma crítica veemente a quem
não planeja, a quem faz obra eleitoreira para inaugurar em véspera de eleição,
porque na verdade esse é um dos problemas envolvendo a Av. Wenceslau Escobar. E
não é o único. Os estacionamentos não foram resolvidos, e os comerciantes vão
morrer à míngua. Eu duplico a Av. Wenceslau Escobar, e, num determinado
momento, ela vai ter um gargalo, voltando a duas pistas, antes de chegar na Av.
Cel. Marcos. Mas tem de haver, sim, uma negociação, tem de haver um
assentamento digno, honrado para essas pessoas que estão lá, que têm vida ali,
que têm vida social, que têm família.
Portanto, em nome de vocês, vou
retirar, sim, o Destaque dessa Emenda, mas não retiro uma vírgula das críticas
que tenho feito a esse Orçamento virtual que a Prefeitura coloca.
A Prefeitura de Porto Alegre tem
feito um Orçamento virtual porque não tem cumprido o Orçamento que ela
estabelece através da LDO e através do Orçamento. Portanto eu vou entregar o
pedido de retirada do Destaque em homenagem aos senhores, mas digo, alto e bom
som e de forma garrafal, que a forma desordenada como a Prefeitura administra, muitas
vezes, é pensando na próxima eleição e não no futuro da Cidade. Muito obrigado,
senhores. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. Professor Garcia está com a palavra, por
cedência de tempo do Ver. João Bosco Vaz, para discutir o PLE nº 018/04.
O SR. PROFESSOR
GARCIA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, primeiro quero fazer um registro de que pelo segundo ano
consecutivo sou Relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias e que solicitei aos
Vereadores alguns cuidados para a confecção das Emendas. Foram apresentadas 299
Emendas e depois mais uma Emenda; são 300 Emendas. Foi analisada Emenda por
Emenda, a sua vinculação com o Plano Plurianual. E, da totalidade dessas
Emendas, 250 foram vetadas e 49 foram aprovadas; inclusive, das Emendas
Populares, aprovamos cinco. Tivemos o cuidado de mandar correspondência para
cada uma das associações que apresentaram Emendas Populares - e o fizemos por
Aviso de Recebimento. Na reunião, sabem quantas entidades compareceram? Apenas
uma. E nós temos o registro de entidade por entidade. Fomos surpreendidos, pois
algumas entidades disseram que não sabiam o que tinham assinado quando do
recebimento da correspondência. Entidades como a do Moinhos de Vento pedindo
algo para o Beco das Moças! Gente, entendemos que estamos vivendo um momento
eleitoral, mas nós temos uma responsabilidade muito séria para com a Cidade. O
mundo não vai acabar após a eleição!
A Lei de Responsabilidade Fiscal
e a Lei de Diretrizes Orçamentárias têm alguns vínculos que nós vamos fazer
questão de relatar. Primeiro, a compatibilidade com a Lei Municipal nº 8748,
que é o Plurianual de 2002 até 2005. Quem não previu metas e diretrizes no ano
de 2002 e quer incluí-las em 2003 ou 2004 está errado; tem de fazer a previsão.
Então, para a entidade com a qual falamos, explicamos que o próximo ano, 2005,
será o ano do Plurianual; naquele ano terão de ser colocadas as suas metas e
diretrizes para que, a cada ano, possam ser contempladas no Orçamento. Mas
parece que se esqueceram disso na ânsia de tentar recuperar ou atender alguma
entidade momentaneamente. Nós não podemos fazer política no momento, nós temos
de fazer política de forma sistemática e diuturnamente.
Também cuidamos da vinculação com
a Constituição Federal, com a Lei Complementar Federal e com a própria Lei de
Responsabilidade Fiscal, inclusive, advertimos o Poder Executivo de que não
pode fazer obras que não estejam previstas para o próximo ano, porque estaria
onerando quem assumir o Governo ou quem continuar, se for o caso. Mas a Lei de
Responsabilidade Fiscal é muito importante e sinaliza isso. Há a própria Lei
Orgânica do Município, há a precedência.
E tivemos alguns cuidados, por
exemplo: “Ah, mas por que tal Emenda foi contemplada, se a minha Emenda foi
igual a do outro?” Aquele Vereador que apresentou a Emenda antes, pela ordem de
inscrição, fica contemplado em detrimento do outro. Então, nós tivemos o
cuidado de analisar Emenda por Emenda, volto a dizer. Essas situações
vinculadas à Lei de Responsabilidade Fiscal, a Lei de Diretrizes Orçamentárias
vão servir de norte, mas, na realidade, eu volto a enfatizar que ela tem de
estar vinculada ao Plano Plurianual, que, a cada ano que passa, vai ser
vinculado ao anterior e, depois, no Orçamento, vai ser contemplado.
Mas, não. Coisas surgiram de uma
hora para outra. E o cuidado que nós temos de ter é que nós, com a
responsabilidade que temos como Vereadores desta Cidade, muitas vezes criamos
expectativas - e vou dizer falsas expectativas - nas comunidades, dando a
entender que lá as coisas vão ser resolvidas.
O SR. PRESIDENTE
(Eloi Guimarães): Ver. Professor Garcia, a partir de agora V. Exª
está com a palavra, em nome de sua Bancada, para discutir o PLE nº 018/04, por
mais cinco minutos, com a permissão do Ver. Renato Guimarães e do Ver. Beto
Moesch.
O SR. PROFESSOR
GARCIA: Nós queremos, de forma clara, fraterna e singela,
dizer que essa responsabilidade nós temos de ter. Muitos disseram: “Mas Garcia,
tu foste essencialmente técnico e não político.” Mas o Relator tem de ser
essencialmente técnico, sim; a política acontece a partir desse momento de
acertos e desacertos que podem ser acordados. Mas nós temos de ter parâmetros
para fazer análise, nós temos de ter indicativos e princípios e cuidamos disso.
Não é por acaso que já fomos Relator em outras épocas, como na questão do
Orçamento, mais de uma vez. É algo que nos gratifica, mas, ao mesmo tempo,
preocupa-nos, porque o Orçamento do Município de Porto Alegre deste ano, por
exemplo, é de 2 bilhões e 115 milhões de reais, e pode-se criar a expectativa
de que o Vereador tem a caneta na mão para resolver os problemas das
comunidades. E não tem, gente! Nós temos de ser francos e sinceros.
Então, eu coloco que nós temos de
ter o discernimento, o bom-senso e o entendimento de não querer fazer,
simplesmente, proselitismo político-eleitoreiro, mas, de forma clara, colocar
as idéias. Acertar que aqueles que aqui estiverem em 2005, no próximo ano,
tenham o cuidado, com as suas assessorias, de formular idéias claras, concretas,
de planejar, porque o Orçamento anual é elaborado de acordo com o Plano
Plurianual, que é previsto para quatro anos. Mas nos esquecemos.
Eu gostaria, mais uma vez, de
dizer que o mundo não vai acabar após as eleições. Todas as atividades vão continuar.
Nós só temos de ter o cuidado, o bom-senso e o discernimento de não criar
falsas expectativas nas comunidades. Nós temos de ser realistas. A política se
faz com “sim” e com “não”. O “não” faz parte da vida política. A cada decisão
nossa, seja favorável ou não, nós estamos envolvendo e lidando com a vida da
população da nossa Cidade. E é em cima disso que eu volto, mais uma vez, a
pedir esse entendimento por parte dos meus colegas Vereadores, porque nós
fizemos, sim, um relato em cima de questões técnicas. Eu volto a dizer: aqui no
plenário a discussão é política. E na política existem os acordos, existem os
acertos. Este é o momento de cada Vereador buscar esse entendimento.
Como Relator, nós tínhamos a
obrigação de fazer este relato para consignar a forma como foi trabalhado o
Relatório. E foi um trabalho herculano, pois, durante todo o mês de julho, a
nossa assessoria ficou diuturnamente trabalhando em cima disso, porque é um
trabalho de pesquisa, ou seja, é feita uma emenda, tem de se buscar para ver se
essa emenda está ou não contemplada no Plurianual, se essa emenda é
constitucional ou não, se existe a possibilidade de previsão dentro da Lei
Orgânica do Município e se pode haver ou não a suplementação, ou a questão
orçamentária futura. Em cima disso é que nós temos de ter esse cuidado.
Então, Sr. Presidente, eu quero
agradecer ao Ver. João Bosco Vaz por ter cedido o seu tempo, porque nós
precisávamos, sim, fazer uma explanação de forma mais aberta, maior e mais
intensa para o entendimento, para que todos possam saber a forma como foi feita
a análise desse Relatório. Muito obrigado, Sr. Presidente. Muito obrigado, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Apregôo o Requerimento, de autoria do Ver.
Sebastião Melo, que solicita a retirada de destaque da Emenda nº 76 ao PLE nº
018/04.
O Ver. Renato Guimarães está com
a palavra para discutir o PLE nº 018/04.
O SR. RENATO
GUIMARÃES: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, comunidade que nos assiste, eu acho que é importante a gente
destacar, no debate da Lei de Diretrizes Orçamentárias e de suas Emendas, que
aqui, sim, está a alma do Orçamento anual, a diretriz da alma do Orçamento
anual no Município. Quero poder estar conversando um pouco a partir da
intervenção que fez aqui o Ver. Sebastião Melo, que defende o Governo Estadual.
Ele diz que é a partir da diretriz que se mostra se uma Administração tem ou
não vontade política, se dá ou não prioridades. Eu gostaria de perguntar ao
Ver. Melo se tirar 300 milhões de reais do Orçamento da Saúde no Governo do
Estado, como foi feito pelo Governo Estadual, se isso mostra ou não prioridades
por parte deste Governo, porque isso foi feito.
Aqui, Ver. Pedro Américo Leal,
está claro para população que acompanha a Sessão qual é a vontade do Executivo
Municipal: ampliar a rede de saúde através das equipes do Programa Saúde da
Família, o PSF; ampliar o acolhimento em todos os serviços na área da Saúde.
São dezenas de Projetos listados na área da Saúde. Na Educação: aprofundar a
gestão, qualificar o planejamento e o Orçamento Participativo nas escolas do
Município. Na área do Transporte: priorizar as principais vias da Cidade. Não
há uma ampliação de grandes avenidas na Cidade, onde se teve de fazer remoção
de comunidades, em que as comunidades não foram assistidas, não foram
realocadas dentro da Cidade com qualidade de vida. Não há um exemplo nos 16
anos da Prefeitura Municipal! Nem um exemplo que a gente possa dizer: “Mas lá
na obra da Av. Sertório houve remoção de famílias e houve isso”. Não! O pessoal
da obra da Av. Sertório foi para a Rua Wenceslau Fontoura, num ótimo
condomínio. O pessoal da Av. Protásio Alves, da Av. Antônio de Carvalho...
Poderia listar aqui, Ver. Pedro Américo Leal, nesses 16 anos, mais de uma
dezena de grandes avenidas na Cidade que tiveram obras de alargamento, que
envolveram comunidades, as quais foram bem atendidas. Portanto, a preocupação
que trazem aqui os moradores lá da região da Av. Wenceslau Escobar tem de ser
atendida dentro desse planejamento que envolve a infra-estrutura da Cidade e
está aqui no Projeto de Diretrizes Orçamentárias.
Mas, vou adiante. Posso também
estar citando, na área da Assistência, a ampliação do conjunto das políticas de
Assistência Social, garantindo as medidas de atenção e proteção. A gente
poderia ir listando aqui o conjunto das propostas, que mostra qual é a
prioridade do Município de Porto Alegre, do Governo Municipal de Porto Alegre,
em relação ao conjunto das políticas sociais, em relação à infra-estrutura. Mas
isso não é uma diretriz que fica no papel e que depois não se apresenta no
Orçamento; não, isso é uma diretriz que é apresentada à Câmara, depois
apresentada no Orçamento anual e é discutida mês a mês, Ver. Luiz Braz, lá no
Conselho do Orçamento Participativo, lá nos fóruns de Delegados do Orçamento
Participativo nas regiões. Essas diretrizes são discutidas em todos os lugares
da Cidade onde a Prefeitura Municipal discute as obras. Buenas, a partir disso, entra esse debate. Entram mais de duas
centenas de emendas, a partir da vontade de cada Vereador que quer também
trazer o seu sentimento para dentro disso. E é o diálogo que a gente está
abrindo nesta Sessão, aqui na Casa: como que a gente compõe essa vontade toda
que foi construída até hoje e como se estabelece isso a partir das Emendas, das
proposituras dos Vereadores nesta votação e nas demais que vamos fazer sobre a
Lei de Diretrizes.
Agora, o que eu queria destacar,
encerrando a minha intervenção, é que esse processo que aponta o caminho do
Orçamento não é construído pelo Prefeito consultando algum Secretário, é um
processo construído com toda população de Porto Alegre que participa do
Orçamento Participativo, que participa dos fóruns de debate nas regiões.
Diferente, Ver. Melo, de como é construído o Orçamento do Estado, que é
construído lá no Palácio, só entre os Secretários e a cúpula do Governo. Muito
diferentemente o Orçamento do Município é construído não como no Palácio
Piratini, e isto V. Exª deve explicar nesta tribuna: como está sendo construído
o Orçamento do Estado do Rio Grande do Sul?
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Apregôo o Requerimento de autoria do Ver. Luiz
Braz, que solicita que seja votado em destaque o art.15 do PLE nº 018/04.
O Ver. Beto Moesch está com a
palavra para discutir o PLE nº 018/04.
O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, ao
discutir a Lei de Diretrizes Orçamentárias nós somos obrigados a colocar aqui,
Ver. Professor Garcia, Relator da LDO, que nós, ao menos, oferecemos Emendas
única e exclusivamente previstas ou no Plurianual, ou na Constituição Federal,
ou na legislação esparsa de Porto Alegre, ou seja, o principal objetivo do
Parlamento é fazer com que o Executivo execute as leis existentes. Esse é o
grande papel do Parlamento. Portanto, Ver. Nereu D'Avila, nós não podemos
deixar de colocar, Ver. Almerindo Filho, o que está previsto no arcabouço
legal, na LDO! Porque, senão, não vai ser executado, e nós seríamos omissos!
Então, é inacreditável, Emendas aqui reprovadas, como, por exemplo, as
referentes à implantação de bicicletários, que estão com previsão legal, Ver.
Professor Garcia...! Por exemplo, a referente ao tratamento e esterilização de
animais! Isso já está em lei, já foi aprovado nos Orçamentos anteriores! O
disciplinamento da tração animal. Isso é um termo de compromisso de ajustamento
do Ministério Público com o Executivo, mas aqui há uma previsão, por exemplo,
para que se estudem alternativas de pavimentação da Cidade para que ela seja permeável!
Isso está no Plurianual!
Então, nós não entendemos o
porquê de o que está previsto no Plurianual, na Constituição Federal, na Lei
Orgânica e na legislação esparsa da Cidade ser rejeitado, porque nós estamos
apenas cumprindo com o nosso dever, colocando na LDO, para que o Executivo se
direcione, organize-se, planeje-se no Orçamento para executar o que já está na
lei! Essa é a nossa obrigação! Então, com todo o respeito, Ver. Garcia, nós não
podemos concordar com a rejeição dessas Emendas.
O Sr. Professor
Garcia: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Prezado Ver. Beto Moesch, algumas das Emendas de que V. Exª falou
foram aprovadas na LDO do ano passado, mas foram aprovadas aqui no Plenário; V.
Exª deve-se lembrar disso. Por exemplo, a respeito do bicicletário, o que nós
colocamos aqui? Que é anexo do Projeto, necessário e prioritário, porém é
execução de obra. É execução de obra que não está prevista no Plurianual do
início de 2002.
Então, eu só queria fazer essa
ressalva no sentido de que, realmente, de V. Exª há algumas Emendas que foram
aprovadas no ano passado, mas quero ressaltar que foram aprovadas, aqui no
Plenário, como algumas deste ano também vão ser aprovadas. Mas eu entendo, V.
Exª trabalha muito bem, coloca, e eu acato, mas estou tentando fazer a
justificativa do porquê que determinadas Emendas não foram aprovadas. Muito
obrigado por conceder-me um aparte.
O SR. BETO MOESCH: Obrigado, Ver. Professor Garcia. De qualquer maneira, como falei, são
previsões no Plano Diretor, na Lei Orgânica do Município. Eu tenho uma Emenda
aqui redacional: “Qualificar equipe para a produção do meio ambiente”, o que na
realidade deveria ser “proteção do meio ambiente”, é uma Emenda redacional que
foi rejeitada! Redacional! Essa que coloquei, a Emenda nº 154, está no
Plurianual, Ver. Garcia: “Estudar a utilização de materiais alternativos na
pavimentação da Cidade, a fim de evitar a impermeabilização do solo”. Repetição
pura e simples do que está no Plurianual, e foi rejeitada! Então, nós temos de
ter mais critérios com relação a isso! E mais, independentemente ou não de
estar no Plurianual, se está na lei, nós temos de fazer com que seja cumprida,
e, portanto, deve estar na Lei de Diretrizes Orçamentárias. Tudo que nós
fizemos, tudo, absolutamente todas as Emendas apresentadas, de nossa autoria,
estão com previsão legal, e, portanto, o Executivo tem a obrigação de
executá-las. Por isso esta Casa tem a obrigação de votar, porque tem a
obrigação de fazer com que o Executivo execute as leis existentes. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para
discutir o PLE nº 018/04, por cedência de tempo do Ver. Haroldo de Souza.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, colegas Vereadores, colegas Vereadoras, eu quero aqui,
Ver. Beto Moesch, a sua atenção para esta questão inicial. São 300 Emendas
colocadas pelos Vereadores, Ver. João Dib. Dessas 300 Emendas, o Sr.
Relator-Geral da matéria, Ver. Professor Garcia, acolheu 50 Emendas, e, das 50
Emendas, Sr. Presidente, 11 são dele, 22% das Emendas aprovadas são de autoria
do Relator. E aí o Relator diz o seguinte: “A metodologia usada para análise
permanece reiterada na adoção dos seguintes critérios para aprovação ou
rejeição das Emendas”. Aí ele vai dizendo: “A, B, C” e tal. E diz o seguinte,
Ver. Wilton: “Respeito ao envolvimento do Vereador com o tema”. Quer dizer que,
então, ele define que V. Exas. ou eu tratemos do tema “x”, Ver. Haroldo, do
tema “b”... Então, são critérios subjetivos, e aí o Ver. Garcia navegou do
Oiapoque ao Chuí com essas 11 Emendas, ele colocou aqui de todos os eixos da
Cidade, aí, para ele, o critério valeu! Para o Ver. Garcia, que é o
Relator-Geral, ele podia aprovar as 11 Emendas tratando de tudo na Cidade!
Estão aqui as Emendas dele, são 11 Emendas; 22% das Emendas que foram aprovadas
são de autoria do Relator.
Então, essa é uma preliminar que
eu gostaria de levar ao conhecimento de V. Exas., porque eu quero falar em
coerência; uma palavra que eu gosto de tratar é “coerência”. E coerência é
traduzir, na prática, o discurso! Afinal de contas, o Ver. Garcia tem de
traduzir se ele é oposição ou situação! O povo pergunta isso! Em que campo está
o Ver. Garcia?
O Sr. Professor
Garcia: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Vereador, quando V. Exª fala aqui em 25%, quero dizer que os outros
25% foram de V. Exª!
O SR. SEBASTIÃO MELO: Não, eu apresentei 170 Emendas.
O Sr. Professor
Garcia: Mas há 10 Emendas de V. Exª. Eu quero dizer o
seguinte: nós dois, então, temos 50% das Emendas aprovadas, pelo cálculo de V.
Exª.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Mas, então, o povo quer saber: o Ver. Garcia é oposição ou situação?
Mas isso o povo vai responder.
Agora eu quero voltar a uma
discussão, gostaria de lembrar que o Líder da Bancada continuísta, o Líder em
substituição, Ver. Renato Guimarães, do Partido que discursa para os pequenos e
governa para os grandes, disse que quer discutir a questão da Saúde. Pois eu
quero dizer que o Governo passado, do seu Partido, no Palácio Piratini,
investiu quase zero na Saúde! E disso ele não fala, pensa que o povo tem
memória curta! O povo não tem memória curta, tanto é que o povo os mandou
embora do Palácio Piratini. Então, com muita honra, eu quero sustentar o
Governo do Estado aqui, que, a trancos e barrancos, apesar da herança maldita
que recebeu, está colocando o Rio Grande nos eixos em todas as áreas!
Eu quero dizer, sim; eu quero
discutir Saúde e família, Verª Sofia! Porto Alegre tem 63 equipes de Saúde da
Família; Belo Horizonte tem quase 400; cidades do interior do Rio Grande do Sul
têm muito mais! Sabe por que não faz? Porque a Prefeitura tem de aportar
recursos. Agora vêm com essa lorota, e o povo está morrendo nas filas. Os
jornais noticiam todos os dias que não há consulta especializada, que a rede
básica está liquidada, que não há remédio nas prateleiras. E vêm com essa
balela de que a Diretriz Orçamentária está qualificando a Saúde. Estão
qualificando no discurso, porque na prática o povo está morrendo no sereno,
Ver. Sebenelo. E V. Exª sabe sobre o campo de guerra que se transformou esta
Cidade, as emergências de quem usa o Sistema Único de Saúde sabe do que nós
estamos falando. Então, por favor, “vamos devagar com o andor que o santo é de
barro”. Não venham aqui querer jogar pedra! Os senhores administram a Saúde
desde 1997 nesta Cidade e vêm querer transferir responsabilidade. Eu quero
discutir a questão de Porto Alegre, e, sem fugir, vamos discutir o Governo do
Estado. Vamos discutir, sim, o Governo do Estado e vamos colocar na parada,
aqui, o Governo Federal que desvia dinheiro da Saúde para comprar avião. Ou
estou mentindo? Cinqüenta e seis bilhões de dólares antecipados e falta
dinheiro na Saúde. Então, vamos colocar nesse debate a floresta toda e não só a
árvore. Marquem o local, o dia, e vamos debater. Não há problema nenhum, mas
não vamos “tapar o sol com a peneira grossa”. O povo de Porto Alegre não
agüenta mais essa mesmice e essa empulhação.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): A Verª Maristela Maffei está com a palavra para
discutir o PLE nº 018/04.
A SRA. MARISTELA
MAFFEI: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Srs.
Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, comunidade da Vila
Santa Bárbara e Pellin, em especial, aqui, a Izolina, uma lutadora de muitos
anos que nós conhecemos bem antes do Orçamento Participativo e que continua
aqui, nesta luta, junto com a maioria das mulheres e dos homens, batalhando
para que se coloque em prática a manutenção daquela comunidade, para que não se
tirem as pessoas que mais contribuem com a sociedade e que são excluídas,
empobrecidas, porque os grandes empreendedores querem tirar essas pessoas sem
respeitar a vontade da comunidade. Isso não é uma história de quem chega agora,
é uma história de todos nós desde a época da Igreja, da CEBS, da Pastoral
Operária, e a luta continua, incluindo todos, todos que fazem parte desse
projeto.
Mas hoje estamos debatendo o
resultado da discussão feita nos vários segmentos das nossas comunidades, aqui
estamos para discutir aquilo que virá no ano que vem, para colocarmos em
prática o objeto maior, que é a vontade popular de definir o equilíbrio dos
investimentos na nossa Cidade. A maior prova disso, e não dá para dizer que o
centro de pesquisa inglês é ligado à Frente Popular... Aqui está uma pesquisa
séria que diz que Porto Alegre, a Capital do futuro internacional, está na 24ª
posição como melhor Capital de crescimento e investimento. E por que isso se
tornou uma realidade? Porque aqui, em Porto Alegre, se respeita a iniciativa de
ouvir as comunidades, onde todas as regiões, de todos os segmentos se fazem
ouvir. E principalmente a maioria da população. E a maioria da população se
traduz por aquelas pessoas que, na história de Porto Alegre, infelizmente,
antes não eram ouvidas. E hoje está aqui o resultado.
Com muito orgulho, quero dizer
que a grande participação no Orçamento Participativo, seja no Mova, no SEJA ou
em outros segmentos, é de mulheres. Sem discriminar os homens, mas lá são as
mulheres; são as mesmas mulheres donas-de-casa que cuidam da roupa, de fazer a
comida, dos filhos, que, lá no Orçamento Participativo, no SEJA, no Mova ou em
qualquer segmento do projeto da Administração Popular, estão à frente, com o
mesmo voto, a mesma voz, Vereador, de qualquer pessoa da área jurídica, da área
econômica, de qualquer intelectual. Esse resultado é importante para as pessoas
se sentirem construtoras de uma história, e não apenas passando pela história.
É nisso que se dá a Peça Orçamentária, e aqui nós estamos discutindo o geral.
Portanto, não quero falar apenas
de uma emenda; quero falar de uma emenda e de um projeto mais importante, que é
a participação popular, Sr. Presidente. Não dá para negar que essa
participação, que diz respeito às questões econômicas, quando traduzimos em
geração e renda, quando nós nos preocupamos que cada ser humano - e nasceram
todos iguais - tenha oportunidade e vez de aprender a ler e escrever e escrever
a sua própria história... É nesse intuito, Sr. Presidente, que se traduz, hoje,
o reconhecimento não apenas de um discurso, mas a tradução daqueles que
realmente constroem uma cidade.
Portanto, Ver. João Dib, nós hoje
estamos, sim, votando um dos Projetos mais importantes da nossa Cidade porque
ouvimos todos os segmentos da Cidade. E hoje, em respeito e também por lei,
estamos discutindo neste instrumento fundamental da democracia, que é a Câmara
de Vereadores. Parabéns à comunidade, parabéns a todos nós. E esperamos que a
Cidade ganhe com o resultado dessa votação. Muito obrigada.
(Não revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir
PLE n° 018/04. Ausente. O Ver. Raul Carrion está com a palavra para discutir o
PLE n° 018/04.
O SR. RAUL CARRION: Exmo Ver. Elói Guimarães, demais Vereadores, Vereadoras, eu me desculpo,
antecipadamente, por não dar apartes, uma vez que o tema é complexo, é longo, e
eu preciso expor aqui.
Eu queria dizer que também tenho
contrariedades em relação à forma com que o Relator tratou as Emendas. Já foi
dito aqui que 11 Emendas do Relator foram aprovadas, imagino que é quem mais
aprovou Emendas. Eu estudei essas Emendas do Relator e quero dizer que seis não
têm previsão no Plano Plurianual. Eu quero dizer que, no ano passado, das
minhas Emendas, uma única foi aprovada pelo Relator, ela está na Lei Orgânica.
É a que determina a ampliação do horário de atendimento nos postos de saúde.
Imagino que vocês são a favor! Há alguém contra, por favor? Bem, ironia da
história, essa foi a única Emenda minha aprovada.
Bem, este ano, com o mesmo Plano
Plurianual, essa Emenda foi rejeitada pelo Relator, entenda-se! Quer dizer, se
no ano passado ela valia, por que este ano não vale? Mudou o Plano Plurianual?
Mudou a Constituição? Então é descabido, não tem fundamento. Essa é uma das
que, evidentemente - já existe acordo, inclusive na negociação -, se manterá.
Quer saber uma outra Emenda que
também foi rejeitada, Ver. Sebastião? A Emenda que está no Plurianual, feita
por mim, que diz que os Vereadores devem ter transparência no mandato e
direito, dentro da sua cota, de editar os seus Projetos, publicar a sua
prestação de contas, os seus pronunciamentos, etc., que toda a Casa é a favor.
Foi rejeitada, e está no plano Plurianual.
E outra questão da qual eu queria
tratar...
(Aparte anti-regimental do Ver.
João Bosco Vaz.)
O SR. RAUL CARRION: Agradeço. Então, há essa outra questão eu queria explicar, porque me
parece que as resistências são pelo não-entendimento. O Ver. Sebastião também é
afeto à questão urbana. Eu acho que há dificuldade de os companheiros do GAPLAN
entenderem a questão urbana. Então, a Constituição diz que os vazios urbanos
não-utilizados, subutilizados, etc., poderão ser identificados, poderá ser
exigida a sua edificação compulsória, o parcelamento compulsório e, futuramente,
o IPTU Progressivo no tempo; depois, até a desapropriação com título da dívida
pública. Só que a Lei Orgânica remete a uma lei anual que identifique essas
áreas depois que o proprietário seja notificado. E, se no prazo previsto em
lei, ele não edificar ou parcelar, ele poderá aplicar o IPTU Progressivo no
tempo.
O que, simplesmente, este
Vereador, para ajudar a Administração, está indicando? Olhem a Emenda que está
sendo rejeitada: “Enviar à Câmara Municipal Projeto de Lei que identifique as
áreas de urbanização e ocupação prioritária.” Segundo: “Notificar os
proprietários das áreas de ocupação prioritária subutilizadas para que, nos
prazos devidos, lhe dêem o devido aproveitamento.” Terceiro: “Aplicar o IPTU
Progressivo no tempo.” Aplicar a Lei Orgânica, o Estatuto da Cidade e enfrentar
os especuladores urbanos. Está previsto no Plano Plurianual. Por que ser
contra? Não causa um gasto, aumento o recolhimento, permite o IPTU Progressivo,
que não está sendo aplicado. Ou nós queremos “dar refresco” para os vazios
urbanos e para os especuladores, para que o povo não tenha terra para morar,
para que não se possa desapropriar com títulos da dívida pública, para que não
se possa aplicar o IPTU Progressivo? Quem é contra o IPTU Progressivo, que vote
contra a Emenda; quem é a favor, que apóie essa Emenda. Muito obrigado. Eu
espero ainda convencer a Bancada do Governo, convencer os representantes do
Executivo a apoiarem a luta contra os especuladores urbanos nesta Cidade. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir
o PLE nº 018/04.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Ver. Pedro Américo Leal, Srs.
Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, eu sou um defensor
da democracia nesta Casa e acredito que a democracia só será fortalecida se os
Poderes que a compõem forem Poderes também fortalecidos, forem verdadeiros
Poderes. Por isso é que não entendi o Relator da matéria, quando ele considera
como normal a proposta que vem do Executivo que diminui a possibilidade de esta
Câmara ter os seus recursos constitucionais. A proposta que vem do Executivo é
uma proposta de 4% para a Câmara Municipal. Nós fizemos uma Emenda e, na nossa
Emenda, pedimos que fossem considerados aqueles recursos constitucionais que
devem ser destinados para a Câmara Municipal, Ver. Pedro Américo Leal, e essa
Emenda está rejeitada. Eu não posso entender que o Vereador-Relator não queira
que a Câmara seja um órgão forte para fiscalizar o Executivo. Nós temos, aqui,
Ver. Pedro Américo Leal, de fortalecer este órgão. Nós não podemos deixar
morrer à míngua, porque, afinal de contas, é o Legislativo o garantidor da
democracia.
Eu gostaria de ver essa Emenda
que tenta restabelecer para esta Casa os valores absolutamente normais que a
Constituição lhe destina entre as Emendas aprovadas. A suplementação é uma
discussão que se faz aqui todos os anos. A suplementação automática que quer o
Executivo é de 10%. Fazia tempo que não se mandava para cá uma suplementação de
10%. Desta vez, mandou-se um Projeto em que a suplementação é de 10%. Nós
queremos que a suplementação baixe para 3%, mas, de repente, eu aceito até uma
negociação diferente. O que não pode acontecer é que simplesmente o Relator
feche os olhos para isso e acabe rejeitando a Emenda, como se nós não
tivéssemos que discutir esses valores.
O Sr. Professor
Garcia: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Ver. Luiz Braz, nós lemos atentamente a sua proposta e a achamos até
coerente, mas é importante lembrar - e é por isso que eu volto à questão da
metodologia - nesta Casa, nesta Legislatura, nós aprovamos no Plurianual 4%. Se
aprovamos no Plurianual, de 2002 para 2005, 4%, nós não podemos fazer uma
alteração, na mesma Legislatura, para 5%. Entendemos que é oportuno para o
próximo ano.
O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Garcia, quero lembrar a V. Exª que foi exatamente após a votação
do Plurianual que houve uma alteração constitucional, dando às Câmaras de
cidades como Porto Alegre os 5%. Eu acho que, se nós tivemos uma alteração na
Constituição, nós podemos claramente mexer também nas Diretrizes Orçamentárias
e na própria Constituição, afinal de contas, se a Constituição fez isso, é
porque reconheceu a necessidade de Câmaras do porte de Porto Alegre também
receberem recursos dessa ordem de 5%. No ano passado, se eu não me engano, nós
já mexemos nesse percentual. Então, pediria a V. Exª, que foi o Relator da
matéria, que pudesse fazer uma rediscussão com relação a esse percentual. Houve
uma alteração após a aprovação do Plano Plurianual, e a aprovação foi feita
pelo Congresso Nacional; acho que isso também altera nossa ordem de votação
aqui.
O Sr. Professor
Garcia: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Só quero lembrar que o próprio Ver. João Antonio Dib entrou com uma
Emenda semelhante e falou da dificuldade que teve como Presidente da Câmara na
questão dos 4%. Quero dizer que é justa, mas nós utilizamos determinado
critério. Foi somente em cima disso.
O SR. LUIZ BRAZ: Agradeço a V. Exª, mas essas Emendas, é claro, vão ser discutidas
depois, uma a uma; são Emendas que estão destacadas. E eu acho que nós,
Vereadores, Ver. Pedro Américo Leal, temos a obrigação de defender este Poder
Legislativo, independente de quem vá ocupá-lo no ano que vem, porque, afinal de
contas, é o baluarte da democracia, e nós temos de zelar por isso, para que a
ditadura não venha a imperar neste País, infelicitando-o, como infelicita já
outras nações.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para
discutir o PLE nº 018/04.
O SR. CLÁUDIO
SEBENELO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, o debate sobre a Lei de Diretrizes Orçamentárias passa por uma
análise maior não só na questão do Orçamento dos quatro anos, o Plurianual, o
Orçamento do ano que vem, especialmente o Orçamento... Eu penso que esse
verdadeiro carimbo que todos os anos recebemos da Lei de Diretrizes
Orçamentárias não move em nada; o mundo está mudando e a Lei de Diretrizes
continua a mesma. Mais do que isso, as necessidades da cidade de Porto Alegre,
uma Cidade que tem o dobro de favelados em 16 anos, uma Cidade que tem o seu
calcanhar-de-aquiles, indiscutivelmente, na pré-escola... E nós temos, na Vila
Farrapos, às custas da iniciativa privada, uma escola, uma creche que assiste a
120 crianças e que percebe da Prefeitura um auxílio insignificante por mês,
rejeitando 150 crianças em uma área de risco na Vila Farrapos, local em que as
crianças têm uma mortalidade muito elevada. E, depois, nós vamos dar os
atestados de óbitos dizendo que essas crianças morrem de pneumonia, de falência
de múltiplos órgãos, quando, na verdade, elas morrem de fome. Esse é um
panorama assustador da cidade de Porto Alegre, a questão da pré-escola, porque
esse é, indiscutivelmente, o local, quando a criança chegar ao quarto ou quinto
ano de idade, de decisão se ela vai ser um cidadão ou se vai ser um habitante
da FEBEM. É ali que se decide. E, exatamente, na Lei de Diretrizes
Orçamentárias, o carimbo é o mesmo, a diretriz é a mesma, mas as necessidades
duplicam ou triplicam. E nós não constatamos, até agora, nenhuma melhora; ao
contrário, há uma piora acentuada nessa área, a ponto de acender uma luz
vermelha, especialmente nessa área. E essa área não é uma área da Saúde; não, é
uma área da Educação.
Eu gostaria muito que alguém do
Partido dos Trabalhadores aqui viesse discutir Lei de Diretrizes Orçamentárias
sob à luz desse tema. E não adianta me dar dados estatísticos e dizer: “Ah, mas
nós fizemos dez mil casas”. Fizeram dez mil casas, em 16 anos, mas são
necessárias setenta, oitenta mil. Não adianta chegar e dizer: “Olha, nós damos
5 mil reais para cada creche dessas”, quando 70% a 80% das necessidades de
Porto Alegre são atendidas pelas ONGs e não pela Prefeitura. E, dentro da
Prefeitura, o próprio Juizado da Criança e do Adolescente veio aqui e denunciou
várias vezes - reiteradas vezes -, dizendo o que esta Casa já sabia, que as
creches de propriedade da Prefeitura estão superlotadas e que nelas há promiscuidade.
Isso é dito com clareza, escrito e assinado pelo antigo, o chamado “juiz de
menores de Porto Alegre”, hoje juiz da infância e da adolescência - do Juizado
da Infância e da Adolescência.
Essas dificuldades que nós
encontramos ao discutir a Lei de Diretrizes Orçamentárias valem também para a
área da Saúde, valem para a questão da responsabilidade social. Hoje, na área
da Saúde, nós temos mais de cem pessoas para baixar no Grupo Hospitalar
Conceição, e não há leito. Essa foi a primeira razão do pedido de CPI. Alguém
“sentou em cima" desse pedido, e hoje estamos sem chance nenhuma de
esclarecer um assunto que seria de grande utilidade para todo o povo de Porto
Alegre: sabermos o que está havendo, se abríssemos a "caixa-preta" da
área da Saúde.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
discutir o PLE nº 018/04.
O SR. JOÃO ANTONIO
DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores; Sr. Presidente, eu gostaria de sugerir a V. Exª que requisitasse os
textos que estão sendo veiculados pelo Tribunal Regional Eleitoral em relação à
eleição que agora se aproxima, em que ele diz das responsabilidades do Vereador
e do Prefeito. Muito interessante!
Mas... Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, difícil mesmo é construir o simples. É tão
difícil que ninguém mudou o “Parabéns a Você”. No mundo, as pessoas de 2 aos 90
anos cantam o “Parabéns a Você” e não sabem quem é o autor da música. Mas é
assim o mundo.
Eu penso que nós perdemos muito
tempo por nos esquecermos da simplicidade. Nós recebemos um Projeto de Lei do
Prefeito para que fosse votada a Lei de Diretrizes Orçamentárias. O Ofício que
traz a mensagem do Prefeito, do Projeto de Lei, é exatamente igual aos
anteriores, apenas mudaram as datas e só tem dois parágrafos. Só. Aí nós
aprovamos num ano e, no ano seguinte, queremos mudar o que não foi mudado, o
que não pode ser mudado. É porque nós não entendemos da simplicidade. Simples
mesmo era fazer cumprir aquela Lei de Diretrizes Orçamentárias que foi votada.
Mas nós não temos preocupação! Nós precisamos assinar emendas, assinar pedidos
de destaque, para, depois de aprovados os destaques e de aprovadas as emendas,
ficar tudo por isso mesmo.
Há dez anos eu venho reclamando e
coloco na Lei de Diretrizes Orçamentárias - já fui além, coloquei no Orçamento
da Cidade e foi sancionado pelo Prefeito - que nas ruas da Cidade, nas suas
esquinas, deveria haver placas indicativas dos nomes. O importante era
fiscalizar isso, mas não uma voz sozinha. De repente, perto da eleição, ouço
algumas vozes se levantando e dizendo que tem de botar placas nas esquinas da
Cidade. Eu já coloquei verba no Orçamento, o Prefeito aprovou, mas não
realizou. A Câmara não soube dizer: “Prefeito, cumpra, faça”. Não faz. Este
ano, de novo, eu apresentei a Emenda. De novo ela foi aprovada pelo Relator,
como também aprovei - eu tenho em mãos a Lei de Diretrizes Orçamentárias para
2003 - o art. 24, incisos IV e V. Está aqui, não é no anexo, é no corpo da lei,
tem todas as letras, todas as facilidades para receber o apoio da Câmara e não
recebe, provavelmente porque cada um gostaria de ter feito e não fez.
(Lê.) “Art. 24, inc. IV - Estudos
de viabilização para implantação, na área da saúde, do Laboratório Farmacêutico
de Porto Alegre - LAFAPA, para fornecer os medicamentos essenciais aos
servidores municipais e aos munícipes carentes;
Inc. V - Construir, na área da
saúde, alternativas mais efetivas para ampliar o fornecimento de medicamentos
para os servidores municipais e à população carente”. Foi aprovada. Muita gente
briga por causa da Saúde e dizem até que remédio é saúde - eu ouvi hoje. Mas
ninguém briga para o Prefeito fazer. A Lei de Diretrizes Orçamentárias diz no
seu art. 24, inc. V (Lê.): “Construir, na área da saúde, alternativas mais
efetivas para ampliar o fornecimento de medicamentos aos servidores municipais
e à população carente”.
Ora, não adianta fazer Emendas.
Eu fiz as Emendas, foram aprovadas todas as vezes. Mais do que fazer as
Emendas, eu levei dois estudos de especialistas para estabelecer um
laboratório, porque o Prefeito diz que gostaria de ter um estudo - eu levei
dois! Eu não vi esta Câmara somar os seus esforços, exercer o seu dever de
fiscalizar e mandar fazer. Agora nós vamos fazer 300 Emendas, vamos destacar as
que não foram aprovadas e nós vamos construir o quê? Vamos destruir,
provavelmente, aquilo que nós aprovamos no ano passado. Porque o Prefeito
mandou a mesma Lei de Diretrizes Orçamentárias, e nós estamos brigando aqui, na
undécima hora, porque ontem, segunda-feira, não votamos nada; na semana
passada, nós não votamos nada e, hoje, nós estamos correndo contra o relógio.
É, Sr. Presidente, encerro
dizendo que difícil mesmo é construir o simples, por isso que ninguém entende o
“Parabéns a Você”; não modificou o “Parabéns a Você”, melhor dito. Saúde e PAZ!
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para
discutir o PLE nº 018/04.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Ver. Elói Guimarães, colegas Vereadores, prezados moradores da Vila
Pellin e da Vila Santa Bárbara que acompanham atentamente a discussão dos
Vereadores, porque as suas vidas estão em jogo na discussão que levamos.
Queria, em nome da Anita, que é Presidente da Associação da Vila Pellin,
cumprimentar a cada um dos moradores e a Vila Santa Bárbara também, que está
organizando o seu processo eleitoral, reativando a Associação.
E por que chamo a atenção? Porque
esta é a grande aposta que está traduzida aqui nas Diretrizes Orçamentárias para
o ano que vem. Essas Diretrizes são resultado da organização popular e da
discussão longa, trabalhosa, difícil, anual e sistemática que a Administração
Popular faz com as comunidades a partir da sua organização, a partir da sua
fala, a partir das suas necessidades e a partir da mediação que a comunidade
encontra entre os seus diferentes interesses. E aí, Ver. Dib, quero lhe dizer
que o “Parabéns a Você” já tem várias versões: há o “Parabéns Gaúcho” e
“Parabéns a Você“ em diferentes línguas e em diferentes ritmos. E nós temos
aprendido muito com a população, especialmente porque não há uma única forma,
um único caminho; sempre há uma solução que não é a que parece que está
apresentada, como é o caso da duplicação da Av. Wenceslau Escobar. Tenho
certeza de que, diferentemente do que estava pensado para cá numa Emenda de
Diretriz Orçamentária, na discussão, no Orçamento Participativo, no processo da
comunidade, vamos achar uma solução que proteja a vida das pessoas, que proteja
a história daquelas duas vilas e que, ao mesmo tempo, resolva os problemas de
tráfego. Então, sempre é possível criar uma alternativa diferente quando a
gente se dispõe a dialogar, quando a gente se dispõe a decidir e construir
junto com a população.
Nós ainda não aprendemos nesta
Câmara de Vereadores. Há 16 anos é desse jeito que Porto Alegre decide as
obras, e a maioria das Emendas à Lei de Diretrizes Orçamentárias quer definir
obras para a Cidade. Claro que são obras necessárias, muitas delas. Claro que
são obras que as comunidades pedem, mas as comunidades têm aprendido que a
Cidade tem crescido mais harmonicamente quando elas participam, quando elas
priorizam. Esta Cidade é premiada em qualidade de vida por causa disso! Porque
ela não cresce só em uma ponta, disforme; ela cresce de Sul a Norte, de Leste a
Oeste, porque o conjunto da Cidade vota, o conjunto da Cidade prioriza, e, como
não há recuso para tudo, vão-se elegendo prioridades e vai-se fazendo a partir
do que é mais necessário, a partir do debate.
E aí, Ver. Cláudio Sebenelo,
quero falar da Educação Infantil para exemplificar o que está na Diretriz
Orçamentária. Esta Cidade não tinha nenhuma creche conveniada com a Prefeitura,
nenhuma! E, em dez anos, nós temos cento e trinta e três. E lá na Vila Pellin
há a Creche Vó Belinha. E não é um amontoado de crianças como V. Exª disse
aqui, desrespeitando o trabalho da comunidade. É, sim, um trabalho muito sério,
os educadores estão estudando, a comunidade é organizada e acompanha, e a
Prefeitura dá assessoria técnica e investe muito recurso, sim. Em todo o
convênio-creche são 600 mil reais/mês que são repassados para a comunidade. Mas
não é só atendimento via creche comunitária que existe. São 40 instituições de
Educação Infantil que atendem crianças de zero a seis anos. Todas as nossas
escolas de Ensino Fundamental atendem crianças de cinco e seis anos, que
nenhuma escola do Estado atende - aliás, estão fechando Jardins. Nós temos
trabalhado para ampliar, sim, a Educação Infantil no Município, apesar de ser
somente o Município que investe nessa área e apesar de ser somente há poucos
anos que está garantido na Constituição, mas não está garantida fonte de
recursos para a Educação Infantil. E, no entanto, aqui, as diretrizes, pela
sabedoria e pela participação popular, dizem o quê? (Lê.) “Ampliar o
atendimento da Educação Infantil através de construção de creches, de acordo
com as decisões do Orçamento Participativo”. Então está aqui uma diretriz que
não só respeita profundamente, hoje, o poder que a Cidade tem, que os cidadãos
têm de decidir sobre as obras e investimentos, mas também indica que temos de
crescer na Educação Infantil, apesar de já termos crescido significativamente.
Nesse mesmo sentido, quero
mostrar outras diretrizes aqui apontadas, como continuar reduzindo o
analfabetismo em Porto Alegre através da ampliação e qualificação do Mova.
Nossa Cidade já é campeã na alfabetização, e um dos indicadores que a coloca
como Cidade do futuro é o seu nível de escolaridade, devido à alfabetização, à
educação de adultos. E, no entanto, está aqui na diretriz; nós queremos mais, a
população quer mais, quer uma Cidade onde todos tenham direito de ler e
escrever, para ter mais clareza, para não ser enganada, para compreender o que
está no papel, para se colocar e definir o seu rumo.
Poderia citar uma série de outras
diretrizes. Todas elas são resultado da participação popular, são resultado de
uma Cidade que está muito viva, de uma cidadania muito ativada e que não vai
admitir que, sem discussão, sem o respaldo, sem a decisão da comunidade, se
tomem decisões, inclusive nesta Câmara de Vereadores. O Parlamento tem um papel
fundamental, mas o seu principal papel é garantir a democracia, garantir uma
cidade onde todo o cidadão tenha direito de opinar e de decidir sobre a sua
vida.
Portanto, as Diretrizes
Orçamentárias têm de retratar isso, e cada Vereador daqui tem o dever de
respeitar e ajudar as comunidades a continuar tornando esta Cidade cada vez
melhor de se viver, para todos. Obrigada.
(Não revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. Gerson Almeida está com a palavra para
discutir o PLE nº 018/04.
O SR. GERSON ALMEIDA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhores
visitantes convidados para esta Sessão, na verdade, o sentimento que tenho,
quando discuto essas questões e a cidade de Porto Alegre, é de que há uma
grande interrogação no ar, em muitas cabeças, não só aqui, mas no mundo
inteiro. Alguma coisa está acontecendo na cidade de Porto Alegre, e muitos
pesquisadores, muitas pessoas têm procurado descobrir e discutir de que
maneira, afinal de contas, uma cidade, aqui no canto da América do Sul, pobre,
como são as cidades brasileiras - pobres, as cidades latino-americanas -, num
País com uma extrema desigualdade... O que está acontecendo com esta Cidade? Pois
ela resiste a essa desigualdade, resiste a essas coisas e vai construindo uma
cidadania que, em todos os bairros, vilas e lugares da Cidade, começa, cada vez
mais, a deixar de ser só objeto da política, começa a pegar em suas mãos as
decisões e, a partir daí, notadamente através do Orçamento Participativo e dos
vários Conselhos que temos na Cidade, tem demonstrado que, quando a população
está organizada em cada bairro, em cada vila, quando começa a discutir e tem
poder de deliberar sobre como vai aplicar o Orçamento, o resultado disso é uma
Cidade melhor, melhor do que a que nós herdamos em duzentos e poucos anos, em
que os bairros populares da Cidade sequer infra-estrutura mínima tinham.
Hoje ainda há muita coisa para se
fazer, e nós estamos muito longe da Cidade que queremos. Agora, a verdade é que
a caminhada que tem sido construída, não mais por um Prefeito apenas, ou por
Secretários, mas por milhares de cidadãos, na sua maioria anônimos, é uma
caminhada vitoriosa. Vejam que os indicadores, em todos os níveis, demonstram
isso. Recentemente - e hoje é publicado por um jornal local, em duas páginas -
uma empresa de consultoria inglesa, que é especializada no mercado de imóveis
comerciais e industriais, que opera no mundo inteiro, identificou Porto Alegre
como uma das melhores 24 cidades do mundo para investimento. E por que ela
identificou Porto Alegre - a única Cidade brasileira? São duas
latino-americanas, Porto Alegre e Santiago do Chile, que entraram neste ranking. Por quê? Por que tem uma
mão-de-obra de qualidade, é desenvolvida economicamente e oferece uma excelente
qualidade de vida.
Apesar de aqui, nesta tribuna,
alguns insistentemente não conseguirem ver qualquer virtude no processo que a
população de Porto Alegre está fazendo com muita luta, com muita garra,
ocupando noites e finais de semana em reuniões, muitas vezes, mas participando,
construindo uma Cidade melhor, apesar disso tudo - é claro que são poucos, mas
ainda existem -, no mundo inteiro, cada vez mais, reconhece-se que alguma coisa
está acontecendo em Porto Alegre, e é na qualidade de vida, e é na luta e
resistência contra a exclusão social, e é no meio ambiente, que é um dos
indicadores fortíssimos pelo qual essa consultoria coloca Porto Alegre nesse ranking.
Bom, acabamos de receber um
prêmio como uma das principais cidades que estão lutando pelo clima, lutando
pela qualidade do ar, e dado pelo ICCLEI, que é uma das ONGs, das maiores, que
discutem o meio ambiente no mundo. Então, vejam, aqui está o mistério: a
direita, aqueles setores conservadores, que sempre se relacionaram com a
população organizada de uma forma às vezes autoritária, às vezes entendendo que
a democracia deve-se reduzir ao voto na urna e “depois não nos incomodem mais”,
tem uma grande dificuldade em desvendar a incógnita de Porto Alegre. E a
incógnita de Porto Alegre é exatamente acreditar que, quanto mais diluído
estiver o poder, quanto mais nas mãos dos trabalhadores, da população
organizada, dos habitantes que vivem e moram e constroem a Cidade tiverem o
poder, melhor será a administração desta Cidade, e por isso Porto Alegre não
vai aceitar caminhar para trás. É para frente que nós devemos andar, é por isso
que nós temos de agora, na discussão da Lei de Diretrizes Orçamentárias, nos
comprometermos com os processos de deliberação que já aconteceram nas esferas
das ruas, nas esquinas, nos bairros, nos fóruns do Orçamento Participativo, na
população organizada. A Câmara de Vereadores tem de estar articulada com isso,
não contra isso, mas subordinada, vinculada e vendo as grandes virtudes que têm
construído uma Cidade cada vez melhor.
Ser uma das 24 melhores cidades
para investimento é uma honra e um orgulho para nós, e todos nós devíamos estar
num uníssono dizendo: “Que bom que nós estamos caminhando para frente”. Porque
eu tenho certeza de que todos os Vereadores e Vereadoras querem o melhor para
Porto Alegre, não a querem ver Porto Alegre na situação, no lugar comum das
cidades que lamentavelmente não conseguem resistir à exclusão social. Então, eu
tenho a certeza de que isso alegra a todos nós, e por isso nós temos de
continuar nesse caminho.
E a população organizada
representada hoje pela Vila Pellin e outras, todos os bairros da Cidade que
participam do Orçamento Participativo devem estar orgulhosos por isso, e é a
qualidade de vida, é a inclusão social e é o desenvolvimento sustentável que
estão sendo reconhecidos no mundo inteiro, apesar de algumas vozes, aqui na
Cidade, teimarem em não ver. É como diz aquele velho ditado: “O pior cego é
aquele que não quer ver”; agora, aqueles que não querem ver felizmente estão em
menor número. Muito obrigado, Sr. Presidente, obrigado a todos pela atenção.
(Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Encerrada a discussão.
Vota-se o Projeto com as Emendas
com Parecer favorável e não-destacadas, e com ressalva do art. 15.
Em votação o PLE nº 018/04. O
Ver. Sebastião Melo está com a palavra para encaminhar.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, quanto à
manifestação do nobre Ver. Gerson Almeida, eu quero aqui dizer que, primeiro, o
Diário Oficial do dia 10 fez aquilo que nós chamamos de “ato preparatório” para
que esta outra matéria viesse na esteira. Vereador, eu quero discutir por
inteiro esta matéria. Em primeiro lugar, trata-se de uma empresa, de uma
consultoria de imóveis, e acho que num aspecto ela tem razão: Porto Alegre
tornou-se para os grandes investidores um bom negócio, porque o Plano Diretor
de 1999 atendeu a esses interesses, não atendeu aos interesses do povo, não. E
eu vou dar exemplos: os senhores autorizaram, por exemplo, a Multiplan a fazer
o Shopping Cristal, e, dentro da questão do Shopping Cristal, havia o
assentamento de todas aquelas famílias que moram na beira do riacho Cavalhada,
e disso os senhores não falam! Esse empreendimento foi aprovado em 1997, e nós
estamos em 2004, e disso o Governo não fala!
Agora, Ver. Gerson Almeida, eu
quero continuar nesse diapasão. Veja o seguinte: V. Exª nunca ouviu de mim e
nunca ouvirá, porque a participação popular não começou com os senhores, os
senhores não são donos dessa matéria, os senhores não têm a titularidade dessa
matéria... A Constituição de 1988 estabeleceu, esculpiu, em vários dos seus
artigos, uma conquista do Constituinte eleito pelo povo de dividir a
responsabilidade da gestão pública através da participação popular. As
Constituições Estaduais traduziram isso, e as Leis Orgânicas e a Lei de Porto
Alegre, a de 1989, traduziram isso.
Eu acho que a participação
popular não é conflitante com o Legislativo, nem pode ser e nem deve ser! Eu
acho que o Orçamento Participativo tem toda a legitimidade, como tem! Agora, o
que V. Exª não pode e não deve fazer é dizer que Vereador não tem legitimidade
para propor! Então, tem de mudar! Essa é a questão! A não ser que V. Exª se
some a um batalhão daqueles que acha que Vereador é só para dar nome a ruas! Eu
quero dizer que eu não me somo a esse batalhão!
Se o Vereador, Ver. João Bosco
Vaz, não pode intervir no Orçamento... Bom, mas, então, desculpe-me, está tudo
errado, o povo está pagando muito caro para nós estarmos aqui, os nossos
salários, os nossos gabinetes, a nossa estrutura, este plenário, se é para
fazer... Então, desculpe-me, eu acho que a participação popular tem o seu
papel, e eu quero dizer que, em relação às Emendas que propus, eu tive a
cautela de buscar e pesquisar exaustivamente, que são todas matéria... Eu posso
dizer que há umas 12 Emendas que são da área da Saúde, que precisa ser
qualificada. Eu tenho várias Emendas que são da área de Segurança Pública; eu
tenho várias outras Emendas que são da área do Esporte e Lazer; há outras
Emendas que são da área da Habitação Popular; há várias outras que são para
botar um freio na questão da suplementação desordenada. Então, eu acho que V.
Exª está equivocado nessa posição! Eu não vi ninguém nesta tribuna defender a
contrariedade à participação popular! Agora, o que os senhores querem tirar -
que é a lógica dos senhores governar - é a legitimidade de quem tem mandato!
Isso V. Exas. não vão fazer! Se o Orçamento Participativo é tão bom, por que
não o implementam no Governo da República? Lá se estabeleceu uma coisa
diferente, chama-se “operação toma-lá-dá-cá”: tanto para lá e voto para cá.
Seguiram a cartilha, rigorosamente, do FHC, aperfeiçoada na “faculdade” do
Congresso Nacional.
Então, volto a repetir: tem
legitimidade a participação popular? Tem. Quem ganhou a eleição foi o Partido
dos Trabalhadores, que governa com as suas diretrizes; agora, ele não pode
tirar o direito da oposição de apresentar alternativas e sugestões, não para
desqualificar o Projeto - eu não vi nenhuma Emenda, aqui, que o queira
desqualificar. Mas há uma lógica muita clara na forma de os senhores
governarem: emendas que vêm da Bancada do Governo todas servem; o que vem da
oposição não serve. Eu acho que governar é ser plural, é respeitar posições
diferentes e, na discussão, qualificar a vida da Cidade. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Sebastião
Melo, o PLE nº 018/04. (Após a apuração nominal.) APROVADO por 25 votos SIM
e 02 votos NÃO.
Está aprovado o texto da Lei de
Diretrizes Orçamentárias, bem como as Emendas e o destaque que foi feito ao
texto.
Não houve ainda condições de
formatar aquele entendimento que se alinhavou no tocante às Emendas destacadas,
nós teremos de votar Emenda por Emenda.
O SR. CLÁUDIO
SEBENELO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, já
existe um bloco de Emendas para ser aprovado?
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Sim.
O SR. CLÁUDIO
SEBENELO: E esse vai ser votado agora?
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Sim, o texto e as Emendas com o Parecer favorável.
O SR. CLÁUDIO
SEBENELO: Então, vai ser votado agora o conjunto de Emendas
ainda não aprovadas.
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Eu gostaria que as Lideranças nos apresentassem
sugestões no tocante ao bloco de Emendas, pois, do contrário, votaremos Emenda
por Emenda, o que tornaria o processo bastante demorado.
Se os Srs. Vereadores estão
dispostos a enfrentar a matéria, vamos, então, enfrentá-la.
O SR. REGINALDO
PUJOL: Sr. Presidente, tenho a impressão de que o assunto
está maduro, há várias Emendas que parecem consensualizadas. Não sei se seria
possível, em cinco minutos, assinalá-las para a votação em bloco.
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): A Mesa aguarda uma alternativa, pois, do
contrário, havendo quórum, votaremos Emenda por Emenda.
Estão suspensos os trabalhos para
o recebimento de alternativa.
(Suspendem-se os trabalhos às 18h27min.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães – às 18h37min): Estão reabertos os
trabalhos.
O Ver. Carlos Pestana está com a
palavra.
O SR. CARLOS PESTANA
(Requerimento): Dentro do que foi possível acordar, eu vou
relacionar algumas Emendas que, até onde estou informado, houve um acordo: do
Ver. Beto Moesch, nºs. 138, 139, 140, 141, 143, 144, 146, 148, 149, 150, 153,
154, 155, 156, 157, 160, 161, 165; do Ver. Luiz Braz, nºs. 26, 29, 30; do Ver.
Reginaldo Pujol, nºs. 102, 104, 107, 108, 113, 114, 116, 117, 118, 119, 120,
121, 122, 123, 125, 126; do Ver. Raul Carrion, nºs. 37, 98, 176.
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Essa é uma proposta para se votar a matéria em
bloco. Solicito a atenção dos Srs. Vereadores.
Em votação o art. 15 do PLE nº
018/04. O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar a votação do art.
15 do PLE nº 018/04.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, houve Emendas em relação às quais nós pudemos conversar e negociar
com a situação para que elas entrassem num bloco de emendas que seria aprovado.
Foi o caso das Emendas que eu apresentei, a nº 26, a nº 29 e a nº 30. Mas este
destaque que nós fazemos - e temos uma Emenda também com relação a este mesmo
art. 15 - possibilita, Ver. Beto Moesch, que nós possamos, por exemplo, quando
do Projeto do Orçamento, apresentarmos aqui uma dotação para a APAE. Nós
conseguimos aprovar no ano passado para o Orçamento deste ano 152 mil reais
para a APAE. V. Exas sabem que a APAE está numa situação muito
difícil, inclusive brigou muito com o Executivo para que esses 152 mil reais
pudessem ser repassados, para que eles pudessem sobreviver. E assim irá
acontecer com outras entidades que, daqui a pouquinho, nós vamos ver que
precisam receber dotações, e nós, Vereadores, temos todo o direito, que é um
direito constitucional, de apresentarmos aquelas indicações para que a
instituição possa receber essas dotações, sem precisarmos consultar o Executivo
e sem precisarmos ter um aval do Executivo para dizer que naquela instituição
está tudo bem, que ela pode receber. Eu acho que o art. 15 mexe com o direito
do Vereador, mexe no nosso Poder Legislativo, por isso estamos sugerindo que
ele seja retirado do texto, a fim de que possamos discutir lá no final do ano,
quando da votação da Lei do Orçamento, quais são as entidades que podem receber
e quais as que não podem receber, para que nós, Vereadores, também possamos
participar desta discussão. Se nós consentirmos com o art. 15, do jeito que ele
está redigido, estaremos nos auto-excluindo da discussão do final do ano,
quando do Projeto do Orçamento, da destinação de valores para as instituições
que nós achamos que são carentes e que precisam receber um aporte de recursos
do nosso Orçamento Municipal. Por isso, nós mantemos este destaque para o art.
15, porque acreditamos que ficaria muito melhor se fosse retirado do texto.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para
encaminhar a votação do art. 15 do PLE nº 018/04.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, diz o art. 15 o seguinte: “É vedada a
inclusão no Projeto de Lei Orçamentária e nos Créditos Adicionais de Dotações a
Título de Subvenções Sociais, a Título de Auxílios, para entidades privadas
cujas condições de funcionamento não forem consideradas satisfatórias pelos
órgãos oficiais de fiscalização”. Art. 4º, inciso I, alínea f da Lei
Complementar, que é a Lei de Responsabilidade Fiscal. Eu gostaria, Ver. Braz,
de chamar a atenção para o fulcro dessa questão. Veja o seguinte: se há uma lei
federal que estabelece critério de que entidades podem receber ou não do Poder
Público, inócua é uma legislação que vem dizer se pode ou não pode, porque a
Lei de Responsabilidade Fiscal já estabeleceu. Isso aqui tem um outro
significado.
Eu me lembro muito bem, por
exemplo, que a Prefeitura de Porto Alegre nunca repassou um centavo para o
Corpo de Bombeiros estabelecido na Cidade. Nunca, historicamente, na gestão da
Frente Popular. Se nós votarmos isso aqui, Ver. Luiz Braz, estamos dizendo que
não podemos, amanhã ou depois, repassar verba para o Corpo de Bombeiros. Se nós
votarmos esta matéria, e não for retirado, estamos dizendo que a creche lá da
Cruzeiro do Sul, como foi uma Emenda aprovada e depois vetada, não vai poder
receber. Agora, para aquelas creches, as quais a municipalidade, num julgamento
subjetivo, entender, pode repassar. Então, eu acho, Ver. Sebenelo, que não dá
para abrir mão de um processo orçamentário que vai ser discutido amanhã; eu
estou, por antecipação, dizendo: “Só um minutinho.” Amanhã, quando vier o
Orçamento, eu não posso fazer nenhuma emenda que beneficie alguém e em relação
ao qual o Executivo - e eu vou dizer: até por esquecimento - diga o seguinte:
que não mandou no Projeto do Orçamento. Eu quero dizer que nós, Vereadores,
estamos proibidos de fazer isso. Então, está equivocado, porque, se a Lei de
Responsabilidade Fiscal estabelece critério, conseqüentemente qualquer
Vereador, para apresentar uma Emenda, tem de respeitar a Lei de
Responsabilidade Fiscal, sob pena de a sua Emenda ser inócua, de não ter
sustentabilidade. Então, ao fim e ao cabo, o que está em jogo não é essa
questão técnica. As questões técnicas são sempre subordinadas às questões
políticas; e as questões políticas, para o atual Governo, é que Vereador de Porto
Alegre tem de se limitar a dar nome de rua, nome de praça, porque, em
Orçamento, ele não pode legislar - segundo a ótica da Bancada Governista, com a
qual não concordamos. Discordamos disso profundamente e, reiteradamente, temos
vindo a esta tribuna dizer que ao Vereador também compete legislar sobre essa
matéria.
Então, Ver. Luiz Braz, acho
absolutamente correto o seu destaque, acho absolutamente equilibrado esse
destaque e espero que possamos aqui tirar efetivamente, suprimir, para o bem da
população; não é para o bem de um Vereador ou do conjunto dos Vereadores, é
para dar guarida a entidades que muitas vezes não são ouvidas na municipalidade
do Executivo porque não se tem o alinhamento automático. E lá há uma lógica:
quando tem o alinhamento automático, evidentemente tem uma parceria; e, quando
não há o alinhamento automático, não tem a parceria. Nós sabemos disso, isso é
profundamente verdadeiro.
Espero que a Câmara possa,
evidentemente, nesse seu destaque, suprimir esse artigo para o bem da municipalidade,
da cidadania, das entidades não-governamentais - que são centenas - que clamam
por recursos públicos desta Cidade. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Em votação nominal, solicitada pelos Vereadores Sebastião
Melo e João Antonio Dib, o art. 15 do PLE nº 018/04. (Pausa.)
O SR. LUIZ BRAZ
(Questão de Ordem): O voto “sim” mantém o artigo no texto, e
necessita-se de 17 votos para manter o artigo no texto.
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): V. Exª tem razão... Necessita-se de maioria
simples, presente a maioria absoluta, evidentemente. (Pausa.) O destaque é ao
artigo do texto.
(Intervenção do Ver. Luiz Braz
fora do microfone. Inaudível.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Pois é. Nós gostaríamos de dar uma solução
tranqüila... Mas V. Exª fundamentaria essa informação, Ver. Luiz Braz?
O SR. LUIZ BRAZ
(Questão de Ordem): Sr. Presidente, desde que nós votamos aqui
qualquer tipo de matéria, quando nós fazemos destaques a uma matéria, para que
ela retorne...sempre nós precisamos de 17 votos para que ela possa, novamente,
retornar ao texto. Sempre foi assim. Se mudarmos as regras neste instante,
vamos iniciar, então, um processo novo aqui nesta Casa, porque, até hoje,
sempre as regras foram essas, e eu espero que elas sejam mantidas. Para que ela
possa voltar ao texto, precisa haver 17 votos.
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Eu gostaria de ponderar, Ver. Luiz Braz, que, para
o destaque em matérias que têm natureza de votação simples, não é necessária a
maioria absoluta. Solicito à assessoria, por obséquio, o art. 82.
Diante da polêmica aí colocada,
eu permito que se façam retificações. Eu vou fazer melhor, vou anular essa
votação, para que se vote novamente.
O SR. CLÁUDIO
SEBENELO: Sr. Presidente, eu queria modificar o meu voto.
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Não, está anulada. Vamos refazer a votação.
(Intervenção do Ver. João Antonio Dib fora do microfone.
Inaudível.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): É que, Ver. João Antonio Dib, há uma série de questões,
houve toda uma polêmica aqui... Então, como vai-se decidir no voto, não há por
que não se criar essa oportunidade.
Então, está anulada a votação, eu
peço novamente que se ...
O voto “sim” mantém o artigo no
texto, está bem?
A SRA. SOFIA CAVEDON (Questão
de Ordem): Ver. Elói, eu queria fazer um recurso a essa
anulação da votação, porque lembro-me bem de ter sido a votação orientada antes
de nós a ela procedermos, o que significava o voto “sim” e o que significava o
voto “não”. Os Vereadores precisam prestar atenção. Parece-me válida a votação
realizada.
O SR. CLÁUDIO
SEBENELO (Questão de Ordem): Deve-se acrescentar
ao que a Verª Sofia Cavedon colocou que houve outra Questão de Ordem do Ver.
Luiz Braz invertendo a situação. E, realmente, as pessoas que votaram de forma
equivocada, perdoem-me, o fizeram pela dúvida que ficou. Até três minutos e
tanto depois de encerrada, foi feita a votação. Então, a minha proposta é o que
a Mesa ...
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Então, da decisão da Presidência cabe recurso.
O SR. PROFESSOR
GARCIA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, se V. Exª
permitir, o Ver. Sebenelo colocou que alguns Vereadores votaram de forma
equivocada. Sugiro, para não anular a votação, que V. Exª consulte esses
Vereadores, e somente esses que votaram errado reformulem o voto, e fica o
resultado final.
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra.
O SR. JOÃO ANTONIO
DIB: Sr. Presidente, iniciada a votação não há Questão
de Ordem, precisa é de ordem na questão. Iniciada a votação, votou. Foi bem
explicado que, votando “sim”, manteria o art. 15 no texto. Não precisa maioria,
está escrito no caput do art. 82 da
LOM, todos os Vereadores sabem, que é maioria simples. Eu não sei o que nós
estamos fazendo aqui. Realmente eu não me presto para esse tipo de coisa.
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Eu mantenho a decisão e convido os Srs. Vereadores
à procederem a votação.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, qualquer Vereador aqui nesta Casa tem conhecimento de
que Questão de Ordem durante o processo de votação só pode ser feita com
relação à matéria que está sendo votada.
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Pertinente. Isso é o óbvio.
O SR. LUIZ BRAZ: Foi o que aconteceu. Então qualquer Vereador tem de ter esse conhecimento.
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Eu declaro anulada a votação. Esclareço novamente:
“sim” mantém o art. 15 no texto; “não”, retira-o. Reiniciamos o processo de
votação.
Em votação nominal, por
solicitação do Ver. Sebastião Melo, o art. 15 do PLE nº 018/04. (Pausa.) (Após
a apuração nominal.) APROVADO o art. 15 por 15 votos SIM, 06
votos NÃO e 04 ABSTENÇÕES. Está mantido o art. 15 no texto;
prejudicada a Emenda nº 28.
O SR. LUIZ BRAZ
(Requerimento): Sr. Presidente, há uma dúvida, também, que peço
para que o Ver. Pestana nos auxilie. Há uma Emenda que foi aprovada no bloco
das Emendas aprovadas inicialmente que modifica a Emenda nº 30 do Projeto, só
que modifica com relação à redação, que foi equivocada: em vez de ano 2005,
está escrito ano 2004. Então, é praticamente uma Emenda de redação. Nós
combinamos com o Ver. Pestana que poderíamos retirar do texto a Emenda nº 30,
porque é uma repetição daquilo que diz a Constituição; ela não vai prejudicar
em nada, na verdade, a Lei de Diretrizes Orçamentárias. Então, pediria o
seguinte: uma Emenda de redação não precisa ser feita como foi.
O SR. CARLOS PESTANA: Somente para esclarecer. De fato havia sido acordado com o Ver. Luiz
Braz a questão da Emenda nº 30, mas, Ver. Luiz Braz, fui informado posteriormente
a nossa conversa, pela Diretoria Legislativa, que essa Emenda estaria
prejudicada. Então, peço esclarecimento; se não houver prejudicialidade,
mantém-se o que havíamos acordado.
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Consta aqui da orientação para votação a
prejudicialidade da Emenda nº 30.
O SR. LUIZ BRAZ: O que nós queremos é apenas simplificar o Projeto não colocando no
texto emendas que não são realmente necessárias. Então, pediria que o nosso
Requerimento fosse compreendido como a eliminação, quem sabe, da
prejudicialidade da Emenda nº 30, com aquilo que ela carrega. Porque a Emenda
nº 185 é apenas uma alteração: do ano 2004 para o ano 2005. Não cabe, na
verdade, uma Emenda para fazer isso.
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Ver. Luiz Braz, se houver consenso não haverá
problema no atendimento dessa postulação de V. Exª. Consulto os Srs. Vereadores
se há objeção à colocação do Ver. Luiz Braz? (Pausa.)
O SR. LUIZ BRAZ: Ela exclui um artigo que já está na Constituição e na Lei Orgânica do
Município.
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Então fica excluída a prejudicialidade da Emenda
nº 30 por haver um consenso.
Em votação o Requerimento do Ver.
Carlos Pestana, que solicita votação em bloco das seguintes Emendas destacadas
(Lê Bloco I.): nºs 21, 22, 26, 29, 30, 37, 80, 98, 102, 103, 104, 106, 107,
108, 111, 113, 115, 116, 117, 118, 119, 120, 121, 122, 123, 124, 125, 126, 127,
128, 129, 138, 139, 140, 141, 143, 144, 146, 148, 149, 150, 153, 154, 155, 156,
157, 160, 161, 165, 172, 176. A Emenda nº 169 não consta no Bloco porque não
foi destacada. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO por unanimidade o Requerimento de autoria do Ver.
Carlos Pestana.
Em votação as Emendas do Bloco I,
destacadas, ao PLE nº 018/04. O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para
encaminhar a votação das Emendas do Bloco I, destacadas, ao PLE nº 018/04.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, eu não vou usar os cinco minutos, mas quero aqui apenas
gizar algumas questões. Nós estamos vivendo aqui a “teoria do bode”, mais uma
vez. Como é que é a “teoria do bode”? Todos fizeram Emendas que foram ao
Relator-Geral, o qual, de forma subjetiva, expurgou 99% das Emendas. Disse:
“Não, são Emendas que não vou aprovar”. De uma hora para outra, a mesma base
que disse que as Emendas não tinham sustentação - sustentou isso o tempo todo
nesta tribuna - vem aqui e diz: “Essas Emendas são boas”. Não me “convidem para
esse baile”! Não há nenhuma Emenda minha aqui; se as minhas Emendas fossem
boas, elas deveriam ter sido aceitas, num processo de discussão, no mínimo
respeitoso, do Relator, e a maioria da base governista deveria sentar com os
Vereadores que fizeram as Emendas e dizer: “Nós achamos que as suas Emendas
contribuem”. Ver. Haroldo, assim não! A “teoria do bode” - “rejeito tudo e
depois faço um acordinho aqui para agradar” - não! Isso não! Isso não está
correto! Na minha avaliação, não se faz uma boa política assim.
Eu apenas queria registrar,
Presidente, que, se nós tivéssemos um processo de conversação, não haveria
nenhum problema de, das 170 Emendas, quem sabe retirarmos algumas, negociarmos,
mas num processo, Ver. Pedro Américo, maduro; não de afogadilho! “Primeiro
rejeito tudo e, depois, de afogadilho, eu aceito esta, aceito aquela” - assim se
agrada um, agrada-se outro. Por isso esta Casa chegou ao ponto a que chegou. Eu
quero sublinhar isso aqui e dizer que nós vamos votar contra este
encaminhamento, porém é um acordo que a maioria faz nesta Casa. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Em votação nominal, solicitada por este
Presidente, as Emendas do Bloco I, destacadas, ao PLE nº 018/04. A Emenda nº
177 não faz parte do Bloco.
O SR. GUILHERME
BARBOSA (Requerimento): Presidente, gostaria de mudar o
voto, trocar o voto.
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Eu já havia encerrado, então, aí...
A SRA. MARISTELA
MAFFEI (Requerimento): É troca de voto, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Eu encerrei, se fosse...
A SRA. MARISTELA
MAFFEI (Questão de Ordem): Sr. Presidente, isso é
regimental, após o encerramento da votação eu tenho o direito de trocar o voto.
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Durante o momento de votação estaria certo, só que
depois de encerrado sucumbiu, prescreveu...
O SR. GUILHERME
BARBOSA (Questão de Ordem): Presidente, com todo o respeito,
durante o período de votação nunca se trocou voto, sempre, nos cinco meses em
que eu estou aqui, de volta a esta Casa, a troca de votos é depois de a
presidência da Sessão encerrar a votação. Portanto, eu, pacientemente...
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Isso, Vereador, para esclarecer V. Exª.
O SR. GUILHERME
BARBOSA (Questão de Ordem): Pacientemente eu esperei que V.
Exª encerrasse a votação para então pedir a troca de voto.
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Isso se trata da execução da troca de voto, mas
tem de ser protestado, por assim dizer, requerido durante...antes da
proclamação...
A SRA. MARISTELA
MAFFEI (Questão de Ordem): Eu solicitei durante o processo,
Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): É protestado, e aí, posteriormente, sim, faz-se a
troca. Se fosse requerido, Verª Maristela Maffei, dentro do período de um
minuto, passado um minuto, V. Exª viria, e se faria a alteração.
A SRA. MARISTELA
MAFFEI: Sr. Presidente, com todo o respeito a V. Exª, não
apenas me dirigi a este local, como é o correto, como também antecipei a
solicitação durante esse processo. Acho que o senhor estava muito envolvido -
com todo o respeito - com esse momento importante, e o senhor não percebeu;
então, data venia, eu gostaria de
solicitar sua tolerância para que eu trocasse de voto.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Recolho a manifestação de V. Exª; todavia, indefiro.
O SR. RAUL CARRION
(Questão de Ordem): Eu entendo, Ver. Elói, que, em não havendo sido
proclamado o resultado, mesmo encerrada a votação, cabe a mudança. O senhor não
proclamou, que eu saiba, o resultado; eu acho que ainda é cabível mudança de
voto. Em todo o caso, consulte, de repente, a Diretoria.
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): A proclamação do resultado é uma conseqüência ao
encerramento; sim, ao encerramento.
O SR. RAUL CARRION: Creio que não, tanto que, após o encerramento, o senhor disse que, se
foi pedido, poderia alterar o voto.
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Não. Se fosse requerido tempestivamente, ou seja,
dentro do minuto, aí se executaria após o minuto.
O SR. RAUL CARRION: Segundo os Vereadores em questão, foi requerido e não o foi, por sua
parte... Eles pensaram que havia sido...
O SR. PRESIDENTE (Elói
Guimarães): Eu respeito o entendimento contrário, mas esse é o
entendimento da Mesa.
Em votação nominal, solicitada
por esta Presidência, as Emendas do Bloco I, destacadas, ao PLE nº 018/04.
(Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO o Bloco I das Emendas por
17 votos SIM, 05 votos NÃO e 02 ABSTENÇÕES.
Há prejudicialidade das seguintes
Emendas: nºs 110, 194, 195, 83, 187, 193, 27, 241.
Gostaria que viesse à Mesa dos
trabalhos o novo bloco de Emendas.
(Intervenção do Ver. Sebastião
Melo.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Exato, sim.
São 19h15min. Em votação nominal,
solicitada por esta Presidência, a prorrogação da Sessão por mais duas horas.
(Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 07 votos SIM,
11 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.
Estão encerrados os trabalhos da
presente Sessão, em função de não ser possível a prorrogação da Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 19h18min.)
* * * * *